O Ministro da Saúde da Alemanha anunciou esta segunda-feira que o país vai suspender o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, após uma recomendação do Paul Ehrlich Institute, a agência de vacinação alemã. Na base da decisão estão casos de pessoas na Alemanha e noutros países europeus que ficaram com coágulos cerebrais após terem recebido a referida vacina.
A agência alemã considera por isso ser necessária uma investigação, já depois da Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter dito que vai decidir “se e como estas novas descobertas afetam a aprovação da vacina” da AstraZeneca.
Também esta segunda-feira Emmanuel Macron, Presidente de França, anunciou a suspensão da mesma vacina “por precaução”, até à amanhã à tarde, comprometendo-se a esperar pela decisão da EMA.
“Muitos parceiros europeus decidiram suspender a utilização da vacina da AstraZeneca. Há alguns minutos foi a vez das autoridades alemãs. A Autoridade Europeia do Medicamento vai pronunciar-se amanhã (terça-feira) sobre a vacina e, até lá, o ministro da Saúde e as autoridades sanitárias decidiram suspender a vacinação com AstraZeneca por precaução”, afirmou o Presidente em conferência de imprensa. Emmanuel Macron disse ainda desejar que caso a vacina volte a receber luz verde pelas autoridades europeias, a vacinação com este fármaco seja retomada rapidamente.
Também a Itália suspendeu esta segunda-feira a vacinação contra a Covid-19 com a vacina da AstraZeneca – uma medida de precaução após o surgimento de casos de tromboses na Europa.
Países como a Dinamarca, a Noruega e os Países Baixos também já suspenderam a administração da vacina nos últimos dias. A Organização Mundial da Saúde, por outro lado, já sublinhou que não foi estabelecida nenhuma relação de causa efeito entre a vacina e os casos de coagulação, reiterando a segurança da vacina.
Fonte oficial da empresa farmacêutica já veio anunciar que 17 milhões de doses foram analisadas, e não foram encontradas provas que indiquem um aumento de risco de coágulos. “Na verdade, o número de casos reportados deste tipo no que toca à vacina da AstraZeneca é menor que o número de casos que ocorrem naturalmente na população não vacinada”, referiu a mesma fonte.
Segundo a Agência Lusa, até este domingo tinham sido reportados, em Portugal, dois casos idênticos aos descritos noutros países em pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca. A DGS e o Infarmed já vieram reiterar a segurança da vacina.