E se, de repente, um teste der positivo para a covid-19? A bem da segurança, garantir o isolamento da pessoa infetada é uma prioridade, o que pode ser difícil se essa pessoa segue a bordo de um avião. Mas para Marisa Fotieo, uma professora do Michigan, foi encontrada uma solução: ficar fechada na pequena casa de banho do aparelho.
A mulher viajava num voo de ligação de Chicago para a Islândia no dia 19 de dezembro quando, a meio do voo, sentiu dores de garganta. Apesar dos dois testes PCR negativos que tinha feito antes, resolveu então ir à casa de banho e usar o teste rápido que tinha na mala. Em poucos segundos confirmou o seu pior receio, ao ver aparecer duas riscas vermelhas, sinal positivo para a presença do vírus.
À CNN confessou que a reação inicial foi de pânico. “Pela família, com quem jantara na véspera, pelas 150 pessoas a bordo, e por mim própria”, desabafou.
Vacinada – incluindo já a dose de reforço – Fotieo viajava com o pai, de 70 anos, e com um irmão, junto de quem já não se quis sentar. Pediu então ajuda a uma das assistentes, que tentou, sem sucesso, encontrar-lhe um lugar disponível que assegurasse uma distância segura dos outros passageiros. A professora decidiu ficar fechada na casa de banho o resto da viagem (a CNN fala em três horas, apesar de o jornal “The Guardian” mencionar que foram cinco), tendo usado a ligação o telemóvel para contactar a família, a escola, e até para gravar um vídeo que partilhou no Tik Tok.
Não lhe faltou comida nem bebidas, graças ao apoio da mesma assistente, que na porta da casa de banho colocou o letreiro “Indisponível”.
Marisa Fotieo, cujo destino final era a Suíça, não pôde continuar a viagem. Ao chegar a Reiquiavique, ela, o pai e o irmão foram os últimos a desembarcar, mas, ao contrário destes últimos, que puderam seguir por não apresentarem sintomas, Marisa foi encaminhada para um hotel, para cumprir os dez dias de quarentena obrigatória. Reconhece o incómodo, mas ficou feliz por ter sido possível resguardar-se. A última coisa que queria, confessou, era “infetar as pessoas que estavam dentro do avião”.
– Notícia do Expresso, jornal parceiro do POSTAL