O ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach, defendeu hoje a vacina obrigatória contra a covid-19, afirmando que uma infeção com Ómicron “não imuniza necessariamente perante a próxima variante” e nada garante que esta não se torne mais perigosa.
“Uma infeção com Ómicron não imuniza necessariamente perante a próxima variante. A crença de que a variante Ómicron é o fim de uma pandemia é ingénua”, advertiu o ministro, em entrevista ao diário “Die Welt”.
“Nada pode garantir que não se transforme numa variante muito mais perigrosa,” alertou.
Lauterbach manifestou convicção de que a vacina obrigatória contribuirá para melhorar a proteção da população, apesar de haver pessoas que ficarão de fora e não se vacinarão, inclusive quando for prescrito.
Na Alemanha, o primeiro debate parlamentar sobre a vacinação obrigatória só acontecerá na última semana de janeiro, e não no início do ano, como estava inicialmente previsto.
No entanto, o chanceler Olaf Scholz e o ministro da Saúde, Lauterbach, mantêm como objetivo que o processo legislativo fique concluído “no primeiro trimestre do ano”, sem que esteja claro quando entrará em vigor a nova lei.
Os poderes regionais reclamaram na sexta-feira “um novo rumo”, assim como “rapidez e liderança”, já que nas palavras do primeiro-ministro da Renânia do Norte-Westfalia, Henrik Wüst, “não deve haver a sensação” de que esta questão central “se usa para jogos tático-políticos”.
Incidência do vírus na Alemanha continua a aumentar
A incidência acumulada a sete dias continuou na Alemanha a tendência ascendente, que mostra desde finais do ano, para se situar em 335,9 novos casos por cada 100.000 habitantes, face aos 303,4 de sexta-feira.
Segundo dados do Instituto de virologia Robert Koch (RKI), atualizados esta madrugada, nas últimas 24 horas registaram-se mais 55.889 contágios, mais do dobro que há uma semana, e 268 mortes.
As autoridades sanitárias já tinham advertido que os dados registados durante a época do Natal não eram realistas e contavam com um aumento exponencial de casos, associado também à variante Ómicron, no início do ano.
Face à expansão da variante Ómicron e ao risco que, segundo as autoridades de saúde, representa para a manutenção dos serviços essenciais devido ao elevado número de contágios que se espera, o Governo e os líderes regionais acordaram na sexta-feira novas medidas.
Assim, a quarentena reduz-se de 14 para 10 dias, que poderão limitar-se a sete com a apresentação de um teste negativo, enquanto as pessoas que receberam a dose de reforço da vacina estão totalmente isentas de o realizar após estarem expostas ao vírus.
Quem não tenha a terceira dose da vacina contra a covid-19 deverá submeter-se a um teste antes de poder aceder a bares e restaurantes, vetados por completo aos não vacinados.