O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, exigiu hoje que a futura vacina contra a covid-19 esteja “disponível” e “acessível” para todos.
Em videoconferência com os líderes do Conselho Nórdico – que inclui a Dinamarca, Suécia, Islândia, Noruega e Finlândia -, Guterres defendeu um “multilateralismo novo e eficaz” que serve para enfrentar os desafios globais: do aquecimento global à pandemia atual.
“É imperativo que a vacina contra a covid-19 esteja disponível e acessível para todos. Porque ninguém estará seguro [do vírus] até que estejamos todos seguros”, afirmou Guterres durante a sua intervenção.
Essa vacina deve ser considerada um “bem público global”, disse o secretário-geral da ONU sobre o tratamento contra o novo coronavírus, que já infetou mais de 43,5 milhões de pessoas em todo o mundo e provocou mais de 1,1 milhões de mortos.
Guterres recordou que a situação atual “não é apenas uma crise de saúde”, mas também um desastre económico que coloca “em risco todo o desenvolvimento”.
A recuperação, acrescentou, não deve “replicar o passado”, mas sim construir “de forma sustentável e inclusiva” e “confrontar as fraquezas” que a pandemia tem mostrado em todo o mundo.
Na sua opinião, não se deve caminhar para um “governo global”, mas para uma “governação global real” com instituições fortes, porque as atuais são “bastante débeis”, com “capacidade para assegura os níveis mínimos para enfrentar os desafios” globais.
O primeiro-ministro sueco, Stefan Lovfen, defendeu também a garantia da distribuição universal da futura vacina contra o novo coronavírus e comprometeu-se a contribuir para os esforços multilaterais.
Nesta linha, a primeira-ministra da Islândia, Katrín Jakobsdóttir, pediu um “acesso equitativo e distribuição justa”, bem como uma “resposta global” perante a crise sanitária e económica, porque está em causa o destino coletivo da Humanidade.
Em defesa do sistema multilateral, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse que a ONU é “mais necessária do que nunca” e a homóloga norueguesa, Erna Solberg, apontou que a pandemia mostra a “necessidade” da “colaboração internacional”.