A diretora-geral de Saúde admitiu hoje no parlamento que a linha Saúde24 atingiu “picos nunca esperados” de procura, mas adiantou que capacidade de atendimento de chamadas em simultâneo mais do que duplicou nas últimas 24 horas.
“Durante esta noite e nos últimos dias já houve melhorias. Habitualmente nós conseguimos 200 chamadas em simultâneo na linha SNS24. Depois ontem conseguimos atender 500 chamadas em simultâneo e depois hoje já se conseguiu atender 1.200 chamadas em simultâneo, sendo de que modo algum isto não é uniforme nas 24 horas do dia. […] Portanto, quer dizer que estão a ser feitos grandes esforços”, disse Graça Freitas durante uma audição na comissão parlamentar de saúde por requerimento do PSD para prestar esclarecimentos sobre a situação em Portugal do combate ao surto de Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus surgido na China no final de 2019.
“É um facto que nós estávamos dimensionados para um determinado padrão de procura e que atingimos picos nunca esperados atingir”, reconheceu Graça Freitas.
Sem precisar quando, a diretora-geral da Saúde adiantou que num único dia a linha SNS24 recebeu 27.679 chamadas e conseguiu dar resposta a 10.940, acima das 10 mil a que está obrigada por contrato, exigências burocráticas que desvalorizou, dizendo que o mais importante é “agilizar procedimentos” e que “depois logo se vê as questões contratuais”.
As críticas à capacidade de resposta da linha SNS24 estiveram na base de muitas questões colocadas pelos deputados, tendo Graça Freitas adiantado que estão a ser tomadas medidas para se implementar um algoritmo de triagem mais rápido e eficiente.
“O novo algoritmo vai permitir a segregação de filas e a implementação de prioridade para triagens de Covid-19 e triagem geral. O grande apelo é que as pessoas que só precisam de informação vão ao digital e a outros canais obter informação e que a linha fique para triar”, disse Graça Freitas.
O objetivo é ter um algoritmo que permita uma despistagem mais rápido na confirmação de casos de Covid-19, mas a diretora-geral alertou que é preciso “muito cuidado” com a forma como se fazem as alterações, porque “não se podem fazer algoritmos sem ciência”.
“Tem que ser testado por clínicos, por médicos, tudo isto tem os seus timings, a segurança é muito importante. […] Sei que temos que melhorar. Para mudar o algoritmo temos que consultar os médicos e muita literatura”, disse Graça Freitas.