O presidente do PSD Algarve, Cristóvão Norte, exigiu esta segunda-feira o avanço do Centro Oncológico do Algarve, que diz estar em risco de ficar parado após duas entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde terem emitido pareceres desfavoráveis ao projeto.
Em comunicado, o dirigente político refere que os pareceres desfavoráveis provêm da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, numa primeira instância, e da comissão que coordena os estudos tendentes ao eventual lançamento do novo hospital central do Algarve.
“Não obstante, em março do corrente ano, o compromisso público do primeiro-ministro, António Costa, de avanço do projeto, interrogamo-nos sobre o que a sua palavra vale em tantos domínios da vida do Algarve e do país”, lê-se na nota.
No final de junho, O Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) adjudicou os projetos de execução e especialidades para o centro oncológico, que permitirá tratar num único espaço até três mil doentes com cancro por ano.
“O processo relativo ao novo Centro Oncológico de Referência do Sul ameaça transformar-se num absurdo enredo kafkiano, tal são as complicações a que está sujeito”, prossegue Cristóvão Norte, lamentando que o projeto tenha sido chumbado por dois pareceres negativos de organismos públicos.
Para o presidente do PSD Algarve, é “absurdo” que o Governo estabeleça que um projeto é para realizar, e que sejam entidades que tutela que impedem que o processo avance, “enquanto se despendem cinco milhões por ano para enviar doentes oncológicos para Espanha”.
Segundo aquele responsável, o projeto já tem comparticipação comunitária garantida de 60% do valor total para o centro, que ascenderia a 14 milhões de euros.
“Por absurdo, já tem data prevista para entrar em funcionamento, em finais de 2024 (…). Por absurdo, o projeto já tem assinado o protocolo entre a Associação de Municípios Faro/Loulé e o CHUA, a única entidade responsável pela construção, manutenção e exploração de todos os recursos”, prossegue.
Segundo Cristóvão Norte, este projeto é vital “para dar resposta a 1.500 doentes diagnosticados com cancro na região, assegurando que podem ser mais rapidamente diagnosticados e tratados no Algarve, pondo cobro ao calvário” de irem para Espanha ou para Lisboa para fazer tratamentos.
“É uma muito necessária valência que não avança porque não há rei nem roque. Uns dizem que se deve situar o centro oncológico dentro do futuro hospital, os outros dizem que deve ser na porta ao lado. É urgente resolver este problema”, sublinha.
Na véspera de uma prevista visita do ministro da Saúde ao Algarve, na terça-feira, o PSD Algarve aproveitou para exortar Manuel Pizarro a que resolva “imediatamente o problema”.
O futuro equipamento vai permitir reunir, num único espaço físico, a possibilidade de diagnósticos, tratamentos e investigação na área da oncologia, representando um investimento total de 14 milhões de euros (40% financiados pelo CHUA e o restante pelo Programa Regional Algarve 2030).
As estimativas apontam para que o novo centro, que vai ser construído no Parque das Cidades Faro-Loulé, possa, anualmente, dar resposta até três mil doentes com cancro.
O centro tem previsto ocupar uma área com cerca de 5.500 metros quadrados e permitirá reunir todas as valências da área da Oncologia e Imagiologia necessárias para que os doentes não precisem de sair da região do Algarve para serem tratados.
O espaço onde vai ser instalado foi cedido ao CHUA através de um protocolo assinado em 13 de abril entre o centro hospitalar e a Associação de Municípios Loulé/Faro, que partilham a área onde está o Parque das Cidades, onde está previsto ser edificado o novo hospital central e onde foi construído o estádio Algarve.
Anualmente, há cerca de 1.500 doentes oncológicos diagnosticados anualmente no Algarve e vários são encaminhados para exames e tratamentos em Lisboa ou Sevilha, respetivamente, a 280 e a 200 quilómetros de Faro.
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