O Reino Unido entrou este ano com um reforço das medidas de confinamento para tentar controlar a propagação do novo coronavírus, tendo decidido encerrar as escolas para quase todos os alunos e cancelar a maioria dos exames.
Pelo menos até fevereiro os alunos dos ensinos preparatório e secundário vão ter aulas ‘online’, estando o ensino presencial reservado apenas para os alunos com necessidades especiais e filhos de trabalhadores de serviços essenciais.
O encerramento de escolas é uma medida que afeta os alunos de Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte, ainda que a data para a reavaliação da medida seja diferente.
Os exames, incluindo os de acesso ao ensino superior, foram também cancelados, sendo substituídos por uma avaliação contínua do aluno, mas os professores alertam que, na ausência de um guia de orientações mínimo, esta solução causar disparidade nos critérios de avaliação.
Na tentativa de diminuir a propagação de infeções pelo novo coronavírus e sobretudo pela nova variante que é considerada mais contagiosa, as universidades vão também disponibilizar ensino ‘virtual’, pelo menos até fevereiro.
Já as creches vão manter-se abertas para que os pais das crianças que as frequentam possam continuar a trabalhar, embora esta opção esteja a ser duramente criticada pelos especialistas.
Os últimos dados oficiais, conhecidos este sábado, indicavam que desde o início da pandemia já morreram no Reino Unido 80.868 pessoas devido à covid-19, o maior número de óbitos registado num país europeu.
O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) no Reino Unido aumentou para entre 1.1 e 1.4 e, na quinta-feira, estavam internadas nos hospitais 32.294 pessoas infetadas pelo novo coronavírus, 3.089 em unidades de cuidados intensivos.
Desde 23 de março de 2020, mais de 305 mil pessoas já estiveram internadas no Reino Unido devido à covid-19.
Na sexta-feira, o Reino Unido registou os valores mais altos de mortes e de novos casos desde o início da pandemia: 1.325 óbitos e 68.053 novos casos de contágio
Também na sexta-feira, o presidente da Câmara Municipal de Londres, Sadiq Khan, admitiu que a situação “é crítica, com o vírus a espalhar-se fora de controlo”.
“A realidade é que vamos ficar sem camas para pacientes nas próximas duas semanas se a propagação do vírus não diminuir drasticamente”, advertiu o autarca, indicando que o número de casos em Londres ultrapassou os 1.000 por 100.000 habitantes, uma das taxas mais elevadas no país.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.