Perante uma plateia entusiasta, que lotou o grande auditório do Teatro Municipal de Portimão, Isilda Gomes apresentou na tarde de ontem, 14 de setembro, o programa eleitoral 2021/2025 do Partido Socialista às Eleições Autárquicas marcadas para 26 de setembro, sob o lema “Estamos Juntos!”
Na ocasião, a cabeça de lista pelo PS divulgou as linhas mestras do programa socialista, com que se apresenta a sufrágio para o terceiro mandato autárquico, encabeçando uma lista de “gente muito capaz, com sensibilidade para os problemas e que já deu provas do seu comprometimento com o bem-estar dos portimonenses.”
A candidata e atual presidente de Câmara destacou “os seis eixos fundamentais que pretendem construir, com a ajuda e o contributo de todos, uma terra amiga e próxima das pessoas, dinâmica e inovadora, inclusiva e das famílias, sustentável e equilibrada, criativa e com história, de rio e de mar”, defendendo que o programa a desenvolver nos próximos quatro anos “é marcado pela continuidade, mas também pela inovação.”
“Continuidade, porque grande parte das 200 medidas incluídas já está a ser implementada ou em fase de implementação; inovação, porque os novos tempos exigem que nos adaptemos com medidas novas e eficazes”, disse Isilda Gomes, antes de realçar serem prioritárias a promoção e reativação económica e social, “indispensável devido à Covid-19”, e a comemoração “com dignidade” do primeiro centenário de elevação de Portimão à categoria de cidade, que se assinalará em 2024.
“Nos últimos dez anos, Portimão aumentou a população em quase mais cinco mil habitantes, porque sabemos acolher e fazer com que as pessoas se sintam bem aqui. Somos mesmo o único município no país que subiu o executivo camarário de sete para nove membros, o que nos enche de orgulho, mas também nos aumenta a responsabilidade, pois uma cidade tem que ser construída com todos, para que seja cada vez melhor e mais integradora”, sublinhou a candidata.
Ao traçar o seu percurso enquanto presidente de Câmara, a socialista recordou que “em 2013, quando me candidatei pela primeira vez, a única coisa que consegui fazer durante todo o primeiro mandato foi estabilizar a situação económica e financeira da autarquia, pois 180 milhões de euros de divida não era coisa de somenos importância. Foram quatro anos perdidos, nos quais poderíamos ter feito alguma coisa por este concelho, mas não nos foi possível. O segundo mandato serviu para fazer-se projetos e lançar obra, mas a pandemia atrapalhou esses planos, atrasando tudo. Por isso, solicito aos munícipes a confiança para mais quatro anos, nos quais seremos capazes de realizar as obras que todos merecemos e desejamos há muitos anos.”
Para o quadriénio 2021/2025, e tendo por denominador comum o conceito de cidade solidaria, sustentável e inovadora, o programa integra duas centenas de medidas. “Pensando no futuro, temos neste momento entre 20 a 30 milhões de projetos a lançar ou já lançados, o que é obra, porque as pessoas têm de ser sempre a nossa maior prioridade e devemos ajudar toda a gente, do cidadão comum às empresas e associações”, referiu Isilda Gomes, para quem “estamos a passar por uma fase complicada e é preciso que sejamos capazes de dar a mão a quem precisa… pois caso contrário não viveremos numa sociedade verdadeiramente democrática.”
A cabeça de lista do PS admitiu que “o facto de a população de Portimão ter crescido de forma significativa tornou o problema da habitação um dos pontos críticos, pelo que temos uma equipa a trabalhar em exclusivo e apenas dedicada a esta área, tendo sido contratualizado com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana um montante de 60 milhões de euros para a construção de habitação ao longo dos próximos dez anos.”
Segundo Isilda Gomes, “já foi aberto concurso para aquisição de habitação a custos controlados e iremos construir mais de 200 fogos, destinados sobretudo a famílias jovens que têm rendimento suficiente para fazer um empréstimo bancário, mas que ainda assim não conseguem adquirir o que está no mercado.”
Será igualmente lançado concurso para o arrendamento acessível dirigido a pessoas carenciadas, “que é onde temos mais pedidos”, esclareceu. “Devemos ser dos municípios do Algarve com mais habitação social, para cima de 200 fogos, alguns dos quais vazios, devido ao facto de estarem degradados”, assinalou a candidata, antes de dizer que será recuperado o Bairro do Pontal, “que faz parte da nossa história, com um grande investimento.”
Tudo isto porque, conforme garantiu, “a coesão social para nós é fundamental, já que não podemos querer ter um país democrático com desigualdades. Ninguém pode ficar para trás!”
No seu ponto de vista, “temos que pensar no turismo, é certo, mas também precisamos diversificar, encontrando alternativas que nos dêem maior sustentabilidade ao longo dos 365 dias do ano.”
“Depois do grande sucesso que foi a Cidade Europeia do Desporto 2019, precisamos dar continuidade ao estímulo de uma prática desportiva saudável. Nesse sentido, chamo a atenção para o futuro parque de skate radical, a construir no Parque da Juventude, destinado a jovens e a menos jovens”, afirmou, antes de se debruçar sobre o Auditório Municipal, “que será transformado num espaço gerido pelos jovens, com salas de estudo e de ensaio, para espetáculos, etc, até porque tudo indica que esta será uma cidade com muita juventude.”
Na saúde, evidenciou o novo projeto do Centro Hospitalar Universitário do Algarve relacionado com a hospitalização domiciliária, em que os pacientes mais afastados do centro da cidade poderão ser acompanhados em casa por profissionais hospitalares.
Em termos de espaço público, Isilda Gomes revelou a criação para breve de uma cintura verde em torno da cidade, com ênfase no parque urbano previsto para o Barranco do Rodrigo e no parque ambiental do Bom Retiro, “que irão mudar completamente a disponibilidade no que toca a zonas de lazer.”
Sobre as acessibilidades, mencionou a estrada que liga a Penina a Montes de Alvor, “uma autêntica desgraça, a justificar uma intervenção urgente, tal como o alargamento e pavimentação da estrada entre a Cruz da Parteira e a Penina, cujas obras arrancarão nas próximas semanas.”
Também sublinhou o derrube de casas na zona entre a Rua Júdice Biker e o Largo do Dique, “para facilitar a saída de trânsito da cidade e para desafogar o espaço público que é o Largo 1º de Dezembro e que passará a ter um olhar para o rio.”
A candidata considerou igualmente “fundamental” a construção pelas Infraestruturas de Portugal do viaduto que ligará a Rua Infante Dom Henrique, junto ao edifício das antigas Finanças, à rotunda do Parque de Feiras e Exposições, com eliminação da passagem de nível na zona das Cardosas. “Esta medida retirará do centro da cidade uma grande quantidade de viaturas, o que facilitará imenso o fluxo de trânsito”, assegurou.
Entre as inúmeras medidas consagradas no programa autárquico, considerou “relevante pensarmos nas pessoas com mobilidade reduzida, numa cidade que se quer inclusiva e que não deve esquecer as vias cicláveis”, tecendo ainda algumas palavras sobre o arranjo do passadiço da Praia da Rocha, que estará para breve.
Na sua intervenção, abordou a dignificação do património local, exemplificado com a aquisição de duas casas, que serão demolidas para que fique a descoberto um maior pano das muralhas do castelo de Alvor, sem esquecer os projetos de requalificação das lotas de Portimão e de Alvor, vila onde vão ser recuperados o Salva-vidas e o Palácio Abreu.
A propósito, Isilda Gomes sustentou que “Portimão deve virar-se para o rio e o mar, reabilitando a zona ribeirinha, com equipamentos que permitam às pessoas usufruir do espaço de forma cómoda, sentindo estar a viver numa cidade virada para o futuro.”
Ainda neste âmbito, a candidata fez questão de lembrar que em breve a Câmara vai receber as novas competências da Administração dos Portos de Sines e do Algarve e da Docapesca, o que inclui a gestão da Fortaleza de Stª Catarina e as zonas ribeirinhas de Portimão e Alvor.
No final do seu discurso, Isilda Gomes pediu aos militantes: “Não estamos a candidatar-nos contra ninguém, mas sim por Portimão. É difícil sermos enxovalhados e assistir a campanhas negras cheias de provocações, mas deveremos ter nervos de aço, porque o que nos compete é levar o nosso projeto junto dos concidadãos, mostrando-lhes que somos capazes de o levar a bom porto, pois eles sabem que somos honestos, trabalhadores e, portanto, dignos do seu voto e confiança.”
Estiveram presentes na apresentação do programa os candidatos pelo PS aos diversos órgãos autárquicos, cujas listas são lideradas por Ivo Carvalho (Freguesia de Alvor), José Vitorino (Freguesia da Mexilhoeira Grande), Maria da Luz Santana (Freguesia de Portimão) e Isabel Guerreiro (Assembleia Municipal de Portimão), além dos candidatos elegíveis à Câmara Municipal de Portimão, a saber: Isilda Gomes, Álvaro Bila, Filipe Vital, Teresa Mendes, João Gambôa, José Pedro Cardoso, Sandra Pereira, Eduardo Catarino e Amélia Gracias, entre outros.