“O Governo lança agora uma nova vaga de hospitais: Lisboa, Seixal e Évora, respectivamente 1, 3 e 4. classificados no estudo técnico de há 12 anos. Fará ainda Sintra, o qual nem estudado foi. E o Funchal.
Só o Algarve caiu, classificado em 2, o que é incompreensível, quase absurdo.
E com o Programa de Estabilidade e Crescimento já se sabe que não está previsto até 2022 “ – refere o Deputado Cristóvão Norte
A história é simples: o Algarve tem problemas crónicos na saúde. Tem os piores resultados, os quais se agravam de ano para ano.Esses problemas estão há muito diagnosticados e reconhecidos. Um deles, dos mais proeminentes, é não ter um novo hospital central, moderno, capaz de atrair profissionais e vencer a sobrelotação.
Em 2006, e bem, o Governo PS mandou fazer um estudo técnico para se definirem as prioridades de novos hospitais para o país. Desse estudo resultou um despacho que fixou as prioridades.O Algarve ficou em segundo lugar.
Depois, em 2008, a primeira pedra foi lançada, até houve mais que uma cerimónia, mas hospital nem vê-lo. Os concursos não foram concluídos, o processo parou. Esse e os demais. Em 2011 o processo foi congelado como ficou previsto no memorando da troika.
Vários anos volvidos, e após o país ter recuperado, o Governo decide lançar 4 hospitais. Lisboa, Évora, Seixal e Sintra, sendo que 3 deles ou estavam atrás do Algarve ou nem sequer tinham sido estudados.
Confrontei o Ministro com o facto, respondeu-me prontamente, sem remorso, que era para a próxima legislatura. Não me conformei com a injustiça. Fazendo-se investimento, a ordem de prioridades tinha que ser respeitada. Há hospitais que já estão a avançar.
Pior, esta semana foi conhecido o Programa de Estabilidade e Crescimento – o qual versa sobre os compromissos de Portugal até 2022 – e já não são 4, mas 5 os hospitais previstos.
Não, não é o do Algarve, é o do Funchal!
Ou seja, um Ministro que disse que resolveria os problemas fundamentais da saúde na região que, infelizmente, se continuam a agudizar, e que a região seria uma prioridade, desprotege-a em todas as decisões que toma.
Um Primeiro- Ministro que vem dizer que é um dos cinco que se vai realizar e nem está inscrito no Programa de Estabilidade e Crescimento, e já lá estão cinco?!
Ficou-se, deste modo, a saber que com este Governo não haverá novo hospital. Pior, manteve-se a convicção que todos os problemas são sempre mais importantes que os nossos.