O movimento cívico Tavira Sempre organizou um debate que juntou uma centena de pessoas, no passado sábado, para falar sobre a construção da nova ponte sobre o Rio Gilão.
Conforme explica este movimento, “numa sessão muito participada, muitas foram as vozes, entre as quais técnicos de diversas especialidades, que manifestaram a sua preocupação quanto ao impacto nefasto do projeto em curso e exigiram mais diálogo por parte do executivo da Câmara Municipal de Tavira”.
Os participantes desta ação do Tavira Sempre Movimento Cívico “não compreendem como se constrói uma ponte sem o respetivo plano de mobilidade e como se conduzem carros a zonas onde não existem bolsas de estacionamento”.
“Estamos a começar pelo fim. Primeiro construímos a ponte e depois logo se vê”, lamentou um dos presentes.
Um dos aspectos mais salientados foi “a ausência de um estudo de impacto ambiental. Sendo este facultativo, a Câmara deve-lo-ia ter feito dada a dimensão do projeto, mas optou por não o fazer. Caso o tivesse realizado, seria um processo em que haveria informação disponível que permitiria à população manifestar-se com conhecimento quanto a questões tão importantes, como a localização, a dimensão do projeto, as consequências para o rio e para a zona de Jardim, a necessidade de proteção da paisagem urbana e do património histórico”.
Os presentes mostraram-se também perplexos “pela falta de capacidade de diálogo pela Câmara Municipal”. Não entendem como “nunca ouviram as vozes que ao longo dos anos contestaram o projeto, entre as quais se incluem inúmeros técnicos especializados, nem responderam às dúvidas muitas vezes levantadas”. “Isto não é democracia”, ouviu-se.
Assim, o movimento cívico Tavira Sempre apela “à Câmara Municipal de Tavira que inicie um processo de discussão ampla que conduza à suspensão dos trabalhos em curso e à sua clara necessidade de revisão, tendo em conta que falamos de uma ponte com 10 metros de largura, sem preocupações estéticas e ambientais, com a introdução de mais carros no centro histórico e com a total ausência de uma estratégia de desenvolvimento da baixa de Tavira”.
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