O bloquista José Gusmão defendeu esta quinta-feira que as maiorias absolutas “são um paraíso para quem se governa”, mas “um inferno para quem é desgovernado”, considerando que a escolha nestas eleições é entre as maiorias que se formam no parlamento.
O eurodeputado do Bloco de Esquerda (BE) assume nestas eleições legislativas a responsabilidade de tentar segurar o mandato do partido pelo círculo eleitoral de Faro, sendo o cabeça de lista por este distrito que, em 2019, elegeu João Vasconcelos.
No comício que decorreu em Portimão, e precisamente depois do discurso de João Vasconcelos, José Gusmão apontou às maiorias absolutas, recordando aquelas que foram protagonizadas por Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho e José Sócrates.
“Estabilidade quer dizer muitas coisas diferentes conforme o ponto de vista onde nos situamos. A estabilidade das maiorias absolutas desregulou o mercado de trabalho, cortou pensões, privatizou quase tudo o que havia para privatizar muito antes de haver Iniciativa Liberal, fragilizou serviços públicos e colocou o Orçamento do Estado cada vez mais a financiar os privados”, elencou.
Para o candidato a deputado, “a estabilidade das maiorias absolutas foi também a estabilidade dos interesses económicos”.
“As maiorias absolutas são um paraíso para quem governa, são um paraíso para quem se governa e são um inferno para quem é desgovernado, afirmou.
Gusmão continuou ao ataque ao líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, considerando que a escolha destas eleições não é, como diz o socialista, “entre António Costa e Rui Rio”.
“Não é assim que funciona a nossa democracia e António Costa sabe-o porque se fosse assim, em 2015, teríamos ficado com Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro. As regras da democracia não mudam conforme as conveniências de nenhum partido, de nenhum líder partidário”, atirou.
A escolha dos eleitores no dia 30, segundo o eurodeputado, “também não é entre uma maioria absoluta ou o pântano”.
“A escolha é entre as maiorias que se formam na Assembleia da República”, frisou.
Segundo José Gusmão, “as pessoas sabem que o Bloco conta para uma maioria de esquerda”, que será uma maioria “contra a direita”.
“[O BE] é a esquerda que conta para não permitir que voltemos aos tempos em que PS governava de uma forma muito diferente do que foi obrigado no tempo da geringonça”, assegurou.