Aumentar a participação cívica e a qualidade de vida em Faro são objetivos que levaram o médico Aníbal Coutinho (BE) a “sair da zona de conforto” e a estrear-se numa candidatura à presidência da Câmara de Faro.
Apesar de já ter feito parte da lista do partido em eleições autárquicas anteriores, o candidato, de 58 anos, estreia-se agora na candidatura à presidência da autarquia, considerando que cabe à Câmara “dar o pontapé de andar para a frente”, embora deva ser o cidadão a participar na mudança da “urbanidade da cidade”.
Em declarações à Lusa, o diretor de serviço de Urologia no Centro Hospitalar Universitário do Algarve sublinha que tem de haver “um compromisso” para que as pessoas participem e digam o querem na sua cidade, já que é o espaço onde trabalham e criam os seus filhos.
Alertando para as elevadas taxas de desemprego que existem no Algarve, defende que as câmaras devem servir como “veículo de investimento”, mas também “dinamizador em relação às pequenas e médias empresas” ou em áreas como a cultura, o turismo ou o pequeno comércio.
“Acho que temos estado numa certa apatia, que não acontece só em Faro. E nem é da responsabilidade apenas da Câmara, já que a Câmara somos todos nós”, argumenta.
Nascido no Cartaxo, no distrito de Santarém, mudou-se para as Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, com 1 ano, onde fez o percurso letivo até rumar a Coimbra para se formar em Medicina.
Há mais de 30 anos que reside em Faro, onde criou família e, graceja, um filho algarvio.
O diretor de serviço conta que costuma circular na cidade a pé, o que lhe permite conhecê-la melhor e “observar as pessoas, perceber o seu quotidiano e sua forma de a sentirem”.
Enumerando como um dos projetos para a capital algarvia a requalificação da Baixa, Aníbal Coutinho nota que é preciso “olhar para outras cidades europeias” no sentido de fazer com que a zona seja, efetivamente, o “coração” da cidade.
Com um passado profissional marcado pela coordenação de diversas equipas, assume que para a sua candidatura procura levar “as ideias e a vontade de aprender”, sendo a última a que “falta a muitos políticos”.
A solidariedade é outro dos pontos que destaca, defendendo que deve ser um dos principais pensamentos de quem se candidata a um cargo político: “Olhar para a franja mais fraca e perceber como todos podem ajudar”, resume.
Durante algum tempo, viveu no Bom João, zona de “confluência de um bairro social e de convivência de várias faixas sociais”, o que lhe deu a esperança de que, “se não se segregar as pessoas, as coisas funcionam melhor”.
O bloquista tem como adversários na ‘corrida’ à presidência da capital algarvia Rogério Bacalhau (PSD/CDS-PP/IL/MPT/PPM), que se candidata a um terceiro e último mandato, o ex-vereador socialista João Marques (PS), Catarina Marques (CDU – PCP/PEV), Custódio Guerreiro (Chega) e Elza Cunha (PAN).
Nas eleições de 2017, a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM obteve 43,94% dos votos, alcançando maioria absoluta no executivo, com cinco vereadores. O PS conseguiu obter 38,06% dos votos, garantindo os restantes quatro vereadores. A CDU, com uma votação de 7,38%, perdeu o vereador que tinha assegurado em 2013 e o BE foi a quarta força mais votada com 3,06%, sem vereadores.
Nas eleições autárquicas de 26 de setembro estão em disputa um total de 2.064 mandatos nas câmaras municipais e de 6.448 lugares nas assembleias municipais.