O bombeiro profissional Abel Zua vai candidatar-se à Câmara de Albufeira pelo movimento independente Albufeira Prometida na expectativa de eleger representação no município e do “desinvestimento” a que tem estado votado nos “últimos 20 anos”.
Em declarações à Lusa, Abel Zua, de 47 anos, disse que a sua candidatura ao município do distrito de Faro permitiu já “mobilizar um conjunto de pessoas que representam o muito de bom Albufeira tem” e que não se reveem na atual gestão municipal, sob o dominío do PSD há duas décadas.
Para o bombeiro profissional, natural de Angola e residente em Albufeira desde os sete anos, o “desinvestimento” naquele que é um dos concelhos mais turísticos do Algarve está a “hipotecar” o seu futuro, tanto “ao nível dos serviços básicos”, como ao nível do “crescimento e desenvolvimento económico e social”.
Abel Zua traçou como objetivo para as eleições de 26 de setembro “eleger o maior número de pessoas” para “representar a cidadania e os seus interesses” e pretende levar a sua candidatura a “representar aqueles que mais sentem na pele o resultado das más políticas praticadas” ao longo dos anos.
“Em primeiro lugar, Albufeira precisa de por ordem na casa. Antes de pensarmos em quem nos visita, há que pensar em que cá habita. É essencial, no cenário pandémico em que vivemos, assegurar uma resposta célere e eficaz no respeitante à ação social e à saúde”, defendeu.
Casado e com dois filhos, o candidato do movimento Albufeira Prometida frisou que é necessário garantir o bom funcionamento de serviços básicos, como a saúde pública, saneamento, recolha de lixo e limpeza de equipamentos e ruas, abastecimento de água, manutenção de espaços verdes e iluminação pública.
“Nas últimas duas décadas, a diferença entre o que é planeado, orçamentado e executado é inaceitável”, afirmou Abel Zua, lamentando que a gestão municipal apenas tenha conseguido saldos positivos porque “a maioria das promessas ficam por cumprir” e que “sobre dinheiro” porque “muito fica por fazer”.
O candidato defendeu também a aposta numa “nova oferta turística”, que não continue marcada pela sazonalidade, a “viver para o verão e a suster a respiração o resto do ano”, e seja “mais do que um destino de praia e noite”.
A sustentabilidade e o ambiente, com a criação de uma “economia circular”, ou o “emprego qualificado”, que acabe com a “precariedade e sazonalidade”, são outras metas da candidatura de Abel Zua em Albufeira.
“São 20 anos de maioria PSD, a nossa candidatura diz muito da avaliação de desempenho desta maioria. Se as coisas tivessem minimamente bem, provavelmente não haveria a necessidade de existir o movimento de cidadãos Albufeira Prometida”, afirmou ainda o candidato, numa breve avaliação à ação municipal das últimas décadas.
Abel Zua tem como adversários nas próximas eleições autárquicas Ricardo Clemente (PS), o atual presidente da Câmara, José Carlos Rolo (PSD), Desidério Silva (Movimento Independente por Albufeira), Nelson Trindade (CDU), Tomás Cavaco (BE), Mónica Caldeira (PAN) e Raquel Rodrigues (Chega).
Em 2012, o atual presidente, José Carlos Rolo, assumiu pela primeira vez essas funções durante um ano, após a renúncia ao cargo de Desidério Silva para se candidatar à presidência do Turismo do Algarve, mas manteve a segunda posição na lista do PSD para as autárquicas de 2013, ano em que foi eleito Carlos Silva e Sousa.
Depois de renovados os mandatos em 2017, José Carlos Rolo – que agora vai a votos como cabeça de lista pela primeira vez – voltou a substituir Carlos Silva e Sousa na presidência da Câmara de Albufeira, após a sua morte inesperada, em 2018, e assume agora o desafio de manter para o PSD uma Câmara que os sociais-democratas governam desde 2001.
Nesse ano, os sociais-democratas retiraram a gestão daquele município do distrito de Faro ao PS, conquistando uma maioria absoluta que conservam desde então e que lhes garante, na atualidade, quatro dos sete eleitos, contra três do PS.