Num tempo em que a digitalização parece dominar todos os aspetos da nossa vida, é fácil cair na tentação de acreditar que os jornais em papel perderam o seu lugar no quotidiano dos portugueses. Contudo, os factos dizem-nos o contrário. Um estudo recente do Press Insights, integrado no Bareme Imprensa da Marktest, vem reforçar uma realidade que muitos teimam em ignorar: os portugueses continuam a valorizar e a ler jornais em papel, além das crescentes audiências no online.
De acordo com este estudo, os leitores atribuem uma nota média de 7,6, numa escala de 0 a 10, à relevância da imprensa em papel. Além disso, a intenção de continuar a ler edições impressas no futuro próximo está num patamar elevado de 4,2 em 5 possíveis.
Apesar da digitalização, os portugueses mantêm o hábito de ler jornais em papel, valorizando o jornalismo de qualidade e a informação de proximidade
Este apego ao papel não é apenas uma questão de nostalgia. É uma afirmação da importância do jornalismo de qualidade, da profundidade das análises e da credibilidade das fontes. A casa continua a ser o local predileto para a leitura, com 78,6% dos inquiridos a indicarem que costumam ler jornais e revistas no conforto do lar. Espaços públicos como cafés, restaurantes, cabeleireiros e clínicas também mantêm a tradição, servindo de ponto de encontro entre a informação e a comunidade.
No Algarve, o POSTAL tem sido um exemplo vivo desta resistência e adaptabilidade. Nascido com o propósito de oferecer mais e melhor informação, nunca baixou os braços perante as adversidades que a imprensa tem enfrentado nas últimas décadas. Enquanto mais de metade dos jornais locais e regionais desapareceram em Portugal, o POSTAL persistiu e reforçou a sua presença junto dos leitores.
A parceria exclusiva com o jornal PÚBLICO, que durou cerca de uma década, e a distribuição conjunta nas bancas algarvias com o EXPRESSO desde 2018, não só ampliaram a tiragem em papel como também consolidaram a liderança do POSTAL no Algarve. Com uma média de 10 mil exemplares por edição, o jornal reafirma a sua missão de estar cada vez mais próximo dos seus leitores.
A erosão nas vendas em banca é um desafio real, mas não é sinónimo do fim da imprensa tradicional. Pelo contrário, este novo contexto tem sido uma oportunidade para a indústria se reinventar, sem nunca abdicar dos valores essenciais do jornalismo. A importância dos jornalistas e da imprensa mantém-se inquestionável, e os leitores portugueses continuam a reconhecê-la. Se houvesse políticos à altura do desafio, Portugal já teria deixado de ser o país europeu com a comunicação social mais fragilizada.
Segundo este recente estudo Press Insights, do Bareme Imprensa da Marktest, a leitura em papel permanece como um hábito enraizado, um momento de reflexão e conexão com o mundo que nos rodeia. No POSTAL, continuaremos a honrar esse compromisso, oferecendo conteúdos de qualidade que informam, educam e inspiram.
Convidamos os nossos leitores a continuarem connosco nesta jornada, valorizando o que é nosso e mantendo viva a chama da informação de proximidade. Porque, além da informação digital, ler um jornal em papel é, acima de tudo, um ato de cidadania.
Leia também: Reavivar a democracia através da imprensa regional: o compromisso de Pedro Duarte
E ainda: Houve uma época em que os jornais eram autênticos pilares da democracia | Por Henrique Dias Freire