As políticas económicas devem ser bem ponderadas antes de serem implementadas.
No caso do aumento do IUC, na proposta de OE para 2024, acontece uma situação que contraria todas as análises, estudos e teorias económicas.
O Estado quer arrecadar um maior volume de impostos forçando o cidadão a desistir de um carro antigo, através do aumento incompreensível do IUC, ‘obrigando-o’ a comprar um carro novo. Contudo, a capacidade financeira do cidadão é inelástica, tem possibilidade de acomodar a despesa de dezenas de euros do IUC, mas não pode pagar milhares de euros de impostos na aquisição de um carro novo, neste caso o Estado ganha sempre em desfavor dos cidadãos.
Esta política vai em sentido contrário à tentativa da UE convencer os fabricantes a produzirem bens com maior durabilidade e fácil reparação a fim de se poupar recursos naturais.
O Estado não pode implementar políticas contraditórias entre si porque corre o risco de ter elevados custos de oportunidade. O que o Estado está a fazer é promover o consumismo sem se importar com as consequências na pegada ecológica.
Era óptimo que um carro conseguisse circular em boas condições durante muitas dezenas de anos, seria bom para o cidadão e diminuiria a exploração dos recursos naturais que são finitos.
Não vou alongar-me neste caso concreto para não derivar para opiniões político/partidárias.
O bom é antagónico do óptimo.
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