No mês da Feira do Livro aqui fica uma nova sugestão para os mais novos. das várias novidades infanto-juvenis, o destaque vai para este belíssimo e exuberante O que há dentro de uma flor?
Com o subtítulo E outras perguntas sobre ciência e natureza, é um álbum infanto-juvenil publicado pela Nuvem de Letras (coleção Lilliput), de Rachel Ignotofsky, com tradução de Lara Xavier.
Num livro de pouco texto, a autora consegue a proeza de nos dar imensa e variada informação sobre a beleza, variedade e abundância das flores. Nos seus livros é usual Rachel Ignotofsky aliar ciência e arte com vista à “metamorfose” de dados científicos complexos em narrativas curiosas, acessíveis e visualmente apelativas.
Começando por destacar que as flores estão por todo o lado, até mesmo na cidade ou no deserto, este álbum cheio de cor, das mais sóbrias e outonais, às mais vivas e quentes, dá a conhecer a vida interior e exterior das plantas. Sublinha ainda a capacidade que as plantas e as flores têm, ao contrário do que se julgou por muito tempo, de interagir com o meio em que se inserem. Os próprios formatos das flores variam de forma a atrair certos insectos e animais, que agem ainda como polinizadores, ou de modo a repelir visitantes indesejados – com o seu perfume ou os seus picos. Conforme desfilamos pela profusão deste jardim vamos descobrindo uma infinidade de espécies – até mesmo vegetais e frutos que afinal são plantas -, pois muito subtilmente cada exemplo é ilustrado por uma série de flores, identificadas discretamente com o seu nome comum.
A autora apresenta ainda esquemas simplificados da constituição de uma flor, e maravilha-se com as suas formas quase mágicas. Há ainda uma série de considerações sobre as sementes, na forma como se protegem em “invólucros” próprios e se fazem transportar.
No final, a autora desafia os jovens leitores a plantarem o seu próprio jardim, seja onde e de que tamanho for. Porque «flores felizes tornam o planeta e as pessoas felizes.»
Rachel Ignotofsky é uma apaixonada autora e ilustradora bestseller do New York Times. Cresceu em Nova Jersey com uma dieta saudável de Star Trek e pudim, e licenciou-se na Tyler School of Art, em 2011, em Design Gráfico. Desde cedo, tornou-se uma distinta comunicadora científica. Começou por unir a arte à ciência criando obras infográficas estilizadas sobre tópicos que considerava interessantes e importantes – com foco na alfabetização científica. Foi reconhecida por inúmeras instituições, entre as quais a NASA, o Instituto Salk, o Museu de História Natural de San Diego, o Museu Field de Chicago, o Observatório Terrestre Lamont-Doherty da Universidade de Columbia e muito mais.
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