A resposta mundial à COVID‑19 foi impelida pela investigação científica e a inovação. Após um trabalho inicial dedicado à compreensão do vírus, ao seguimento da pandemia e aos novos tratamentos e métodos de diagnóstico, é mais do que justa a aclamação em todo o mundo da descoberta de vacinas eficazes num tempo recorde. E não foi só a ciência médica — a inteligência artificial ajudou a recriar a sequência do genoma do vírus e a impressão 3D proporcionou soluções rápidas para a disponibilização de equipamentos de proteção individual e de mais ventiladores aos nossos hospitais. Nunca antes tivemos mais consciência do contributo vital da ciência, da investigação e da inovação para preservar e promover a existência humana.
Que lições devemos retirar e aplicar na recuperação ecológica e digital pós‑COVID-19? Como tirar partido do poder transformador da investigação e da inovação para acelerar as transições desesperadamente necessárias para o nosso planeta e as nossas sociedades? Estamos a aproveitar esta oportunidade única de planear grandes despesas públicas para reconstruir melhor e reforçar a resiliência económica através do investimento na investigação e na inovação?
A Europa está unida no apoio a uma ambiciosa agenda de crescimento ecológico para alcançar a descarbonização total até 2050 e a uma estratégia industrial em que as oportunidades digitais ocupam uma posição central. Dispomos dos meios financeiros para ter êxito, com 1,8 biliões de euros no acordo financeiro da UE para os próximos sete anos, incluindo 95,5 mil milhões de euros para o Horizonte Europa, o maior programa‑quadro de investigação e inovação de sempre. No entanto, a pandemia conduziu a reduções alarmantes dos investimentos privados em investigação e inovação («I&I»), correndo‑se o risco de cortes semelhantes nas despesas públicas em I&I, uma vez que os governos e as empresas se debatem com desafios de liquidez a curto prazo.
As autoridades públicas podem e devem liderar a inversão desta tendência, em consonância com o nosso objetivo de investimento em I&I de 3 % do PIB na UE. A Comissão Europeia já lançou um convite à apresentação de propostas de investigação e inovação diretamente ligadas à concretização do Pacto Ecológico Europeu, no valor de 1 000 milhões de euros. Com mais de 1 500 respostas, o convite recebeu propostas por um valor 20 vezes superior ao disponível. O Conselho Europeu de Inovação criará novas oportunidades no âmbito do programa Horizonte Europa, a fim de apoiar as empresas inovadoras em fase de arranque e em expansão, e de promover o mercado de capital de risco da Europa. As ações‑piloto neste domínio mostram que o financiamento público cria um efeito multiplicador, triplicando o investimento privado.
O Mecanismo de Recuperação e Resiliência (MRR), recentemente acordado, prestará um apoio célere às estratégias de investimento e de reforma pós‑COVID-19 dos países da UE. Com quase 672,5 mil milhões de euros para apoiar os planos nacionais de recuperação e resiliência dos Estados‑Membros, o MRR criará sinergias com outros programas financeiros da UE, como os fundos estruturais, em apoio das transições ecológica e digital. Por exemplo, o MRR pode ser utilizado para ajudar as PME inovadoras e as empresas em fase de arranque a cobrir os custos de desenvolvimento das suas inovações e da respetiva colocação no mercado, bem como na sua expansão.
Os cientistas, investigadores e inovadores europeus de renome mundial têm todas as razões para se orgulharem do seu papel de liderança durante a pandemia. A investigação e a inovação são igualmente vitais para apoiar as nossas economias, as nossas sociedades e o nosso modo de vida, ao sairmos da crise. O ritmo e a escala dos desafios globais das alterações climáticas e da revolução digital obrigam‑nos a ter em conta estes fatores ao definirmos as nossas respostas pós‑COVID-19, a fim de garantir um legado sustentável, saudável, resiliente e justo para as gerações futuras.
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