Conforme lido, um grupo de personalidades – no nosso país poderá faltar muita coisa nos domínios da saúde, educação ou habitação, mas «personalidades», assim como, já agora, «especialistas» nas mais diversas matérias, ao invés, abundarão – apela à união das forças de esquerda para uma candidatura conjunta à Câmara Municipal de Lisboa, tendo, contudo, o PCP já descartado a intenção de se juntar a uma frente liderada pelo PS e pela candidatura da sua dirigente Alexandra Leitão, enquanto o BE e o Livre para ela terão manifestado disponibilidade.
E, do nosso ponto de vista, ainda que modesto, compreender-se-á tal descarte por parte do PCP.
Senão, vejamos:
Em primeiro lugar, diz o ditado que à primeira qualquer um cai, à segunda só quem quer.
Ora, depois do PCP ter servido de muleta ao PS para este se guindar ao poder, pós-troika, o PS, uma vez o poleiro alcançado, logo tratou, na primeira oportunidade, da muleta se desfazer! Nada, pois, como uma gratidão assim!

Jurista
Depois do PCP ter servido de muleta ao PS para este se guindar ao poder, pós-troika, o PS, uma vez o poleiro alcançado, logo tratou, na primeira oportunidade, da muleta se desfazer! Nada, pois, como uma gratidão assim!
Depois, quando uma embaixadora ucraniana, numa entrevista por si dada, «diplomaticamente» manifestou a sua indignação por permitir-se a legal existência dum partido como o PCP no nosso país, não consta (ou estaremos errados?) que o PS, BE, LIVRE e apelantes atrás referidos tenham mostrado qualquer solidariedade com o PCP, denunciando a inqualificável ingerência da dita embaixadora nos nossos assuntos internos, sugerindo-lhe que fizesse as malas e às suas origens regressasse!
Finalmente, correria, ainda, o PCP, de ver o PS, BE e Livre decidirem, maioritariamente, convidar um Zelensky, chefe dum regime que se mostra admirador confesso dum criminoso Stepan Bandera, responsável, durante a segunda guerra mundial, pelo massacre de milhares de civis polacos numa Volínia ou pelo assassinato de outros milhares de judeus e comunistas, a fazer uma visita de honra à autarquia e ser agraciado com alta condecoração por parte desta! Como se os comunistas portugueses, eles próprios, não tivessem visto os seus, durante a ditadura que nos tocou, serem perseguidos, presos, torturados e mortos por Banderas semelhantes e pudessem, agora, trair a sua memória!
Leia também: Princípio do contraditório e (ainda) o CORS | Por Luís Ganhão