Viajo sempre com entusiasmo até Tavira, há sempre bons pretextos (afetivos, lúdicos, instrutivos) para aqui regressar. Há a História, abarcando presenças fenícia, romana e muçulmana, Tavira, nos alvores da Idade Moderna foi o principal porto comercial do Algarve, está polvilhada de igrejas, conventos, ermidas e capelas, são inesgotáveis as coisas para ver no meio urbano, na Ria Formosa, no barrocal e na serra, onde se desfrutam paisagens onde avultam alfarrobeiras, amendoeiras, medronheiros ou citrinos. Um pouco de tudo aqui já se referiu, além e aquém da ponte que atravessa o Gilão, hoje fomos atraídos por uma exposição e pela vontade de reter um outro olhar sobre a cidade embebida nas velhas moradas.
A exposição é dedicada a Balsa, que existiu há cerca de 2000 anos, perto da Luz de Tavira. Manda a sinceridade que se diga que é uma bela exposição, prima pelos aspetos didático-pedagógicos, possui um bem pensado percurso expositivo um bom aproveitamento de peças que vieram de vários museus, é uma bem-sucedida retentiva das investigações ali feitas desde o século XIX, exibem-se sinais do seu esplendor, houve seguramente uma pujante economia marítima, e os seus sinais se alistam expostos em recipientes, como é dado ao visitante ver materiais relacionados com a saúde e a beleza, as práticas religiosas e funerárias, e tudo culmina numa apresentação de um projeto de investigação científica que subjaz a tão surpreendente mostra.
Vale a pena visitar Tavira só para apreciar as principais peças arqueológicas recolhidas na cidade romana de Balsa.
O que vem a seguir, como se disse, é um passeio à volta do centro histórico, algo maravilha o visitante que é o diálogo entre uma estrutura defensiva que se ergueu ao longo dos séculos com a habitação contemporânea, e que tanto dá encanto a esta maravilhosa Tavira.
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