O dinheiro é fogueira crepitando, lançando fagulhas que se espalham sem sentido e depois se apagam. As estrelas piscam e encantam. A LUZ AMARELA, brilhando como o SOL – a COR do OURO – lança seu efeito hipnótico, empurrando o homem diabolicamente, na tentativa de apalpar o amarelo, e, se possível, AGARRÁ-LO. Será gostoso sentir na ponta dos dedos aquele brilhinho… !!!
O dinheiro é a grande mola real para fazer saltar o ser humano. O dinheiro não pensa, mas arrasta milhares de personagens, que acabam enlouquecendo em que muitíssimos não se lembram de nada, e, por isso, a consciência rasteja tranquilamente.
Coitados dos corruptos que não têm culpa nenhuma… O grande culpado é o DIABO do DINHEIRO.
Afogar o dinheiro… grita o ZÉ POVO… !!! Um tribunal marcial decreta – o dinheiro vai ser afogado.
O ZÉ que não precisa do dinheiro para ser rico e só o necessário para sobreviver, regozija-se com a decisão e assim se libertam os ATRAÍDOS a recuperarem o sossego, a paz e a memória, dando descanso aos cansados juízes. A aranha tem de ser morta na urdida teia.
O dinheiro não aprendeu a nadar e só mente a navegar.
É lançado aos mares. Inexplicavelmente surgem gritos lancinantes, eco que se espalha na superfície das águas. Desperta no homem endinheirado sensibilidades. Este que sempre esteve disponível para ajudar os mais necessitados, aqueles a que chamam ZÉ POVO.
Os senhores endinheirados, tremendo, cheios de angústia com o SOFREDOR dinheiro, atiram-se à água e ajudam o agonizante dinheiro a ser salvo por estes BENEMÉRITOS SENHORES.
O dinheiro ajoelha-se mais tarde no agradecimento da CORRUPÇÃO, poupando assim a FALÊNCIA das OFFSHORES.