A propósito das eleições autárquicas que se aproximam:
Não bastará ao eleitor – julga-se – conhecer os programas com que os partidos se apresentam às eleições autárquicas, importar-lhe-á, igualmente, conhecer a qualidade das equipas destinadas a executar esses programas, muito em particular, por razões óbvias, os chefes das mesmas (leia-se, aqueles que são apresentados como candidatos à presidência da respetiva autarquia).

Jurista
Não contribuirá tal para uma desacreditação da democracia, vendo-se, no caso particular do Algarve, que, ainda, nas últimas eleições autárquicas a abstenção superou os 50%?
Na verdade, pode-se estar perante aquilo que se considera um bom programa, prometendo habitação social, investimentos na educação, na cultura, etc., mas, no entanto, não se reconhecer a quem se apresenta para o executar competência para tal! De resto, será, precisamente, por isso – igualmente se julga – que os partidos não deixarão de enfatizar os currículos dos seus candidatos!
Assim sendo, sempre se perguntará se o eleitor não terá razão para se sentir defraudado quando, tendo votado num programa e equipa que vieram a revelar-se vencedores, vê, depois, o comandante dessa equipa abandonar o lugar para que fora eleito e ir ocupar outro lugar, seja o de deputado europeu ou no conselho de administração de uma qualquer empresa, como, por vezes, se observa!
Não contribuirá tal para uma desacreditação da democracia, vendo-se, no caso particular do Algarve, que, ainda, nas últimas eleições autárquicas a abstenção superou os 50%?
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