E eis que a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) volta a estar nos holofotes da comunicação social. Tudo por causa do novo programa de exploração lunar denominado de Artémis. E porquê este nome? É que, segundo a mitologia grega, Artémis, irmã gémea de Apolo, era a deusa da vida selvagem, da caça e também da lua. Este foco no feminino não é por acaso.
Estiveram na lua apenas homens brancos e a NASA expressa mesmo que um dos objectivos é termos a primeira mulher na superfície do nosso satélite. Mas para já a primeira fase do programa inclui apenas elementos não tripulados. Depois da tragédia de Apolo I, que em 1967 vitimou três astronautas num incêndio, a prudência faz todo o sentido. Aliás, os reveses nos lançamentos até à data são oportunidades para aprender e corrigir para que nada falhe no espaço. Nestas ocasiões há sempre vozes que colocam um falso dilema populista. A ideia transmitida é que ao investirmos na exploração espacial subtraímos dinheiro para, por exemplo, o combate à pobreza.
Na realidade os recursos não se anulam. O investimento em ciência traz benefício para a humanidade neste planeta. Só para dar um exemplo, o programa Apolo permitiu desenvolver novas soluções de isolamento úteis para o nosso dia a dia. E a cooperação entre cientistas de diferentes nacionalidades permite criar pontes onde outros querem erguer muros.
A longo prazo o programa Artémis permitirá criar uma base permanente no sul da Lua onde sabemos que existe gelo. E depois? O próximo destino está traçado: Marte. Os leitores mais jovens deste texto irão certamente assistir ao primeiro passo da primeira mulher no planeta vermelho. Será um acontecimento marcante e a prova do sucesso da ciência.
Para saber mais sugiro o podcast do Prof. Carlos Fiolhais “Ciência Pop” e o site da NASA https://www.nasa.gov/specials/artemis/