
O desaparecimento de Madeleine McCann, na noite de 3 de Maio de 2007, marca a história da Praia da Luz, em Lagos, pois foi nessa data que o nome deste concelho algarvio foi projectado pelos quatro cantos do mundo.
A menina inglesa de três anos, que passava férias com os pais num aldeamento turístico do Algarve, desapareceu do apartamento enquanto dormia juntamente com os dois irmãos, tendo protagonizado um dos casos mais mediáticos em torno de desaparecimentos de crianças a nível mundial.
O caso, que abriu noticiários em todos os continentes, mobilizou figuras públicas, políticos, empresários e jornalistas de órgãos de comunicação, que deram eco ao “rapto da menina”.
Centenas de polícias portugueses e britânicos estiveram envolvidos nas buscas e na investigação, projectando o nome de Lagos pelas piores razões e motivando a apreensão sobre o futuro turístico do concelho.
“Temeu-se, então, o pior. Era uma situação nova para todos, pois o rapto de uma criança numa zona turística tem sempre um impacto negativo, originando a apreensão nas famílias aquando da escolha do destino das suas férias”, diz à agência Lusa o então presidente da Câmara de Lagos, Júlio Barroso.
Segundo o autarca, o mediatismo e o alarmismo que o caso provocou a nível mundial “reflectiu-se numa ligeira quebra de turistas em 2007, mas à medida que a polícia voltou a investigação para o grupo que acompanhava os pais como a chave para a resolução do caso, registou-se uma inversão na quebra pela procura do destino”.
Até essa inversão, porém, a consequência directa da mediatização do caso foi o despedimento, face à quebra no negócio, de 21 dos 48 empregados do aldeamento turístico Ocean Club, de onde Maddie desapareceu.
Nove anos depois, a vida na localidade voltou à normalidade
Nove anos depois, a vida na localidade voltou à normalidade, mas o acontecimento continua bem presente na memória de todos, sendo tema de conversa entre residentes portugueses e estrangeiros, turistas e autoridades, pois ainda hoje se mantém o enigma sobre o paradeiro da criança.
“A vila nunca mais foi a mesma. É, sem dúvida, um caso que, não se conhecendo o desfecho, ainda mexe com a vida quotidiana dos residentes e de inúmeros turistas que aqui vêm” diz Fernando Águas, um dos residentes da, até então, pacata vila turística, habitada na sua maioria por estrangeiros, desde há 30 anos.
A partir do dia do desaparecimento de Maddie McCann, “instalou-se um clima de medo e de suspeição, onde a população e visitantes desconfiavam de tudo e de todos”, recorda Fernando Águas, que na altura trabalhava num restaurante entre a igreja e a praia da vila.
Maria do Céu Freitas, residente em Lagos e que trabalha na Praia da Luz há cerca de 15 anos, também partilha o sentimento de que “a vida na vila nunca mais foi nem será a mesma”.
“O caso provocou uma grande preocupação e pânico nas pessoas, principalmente em quem tinha crianças e, a partir daquele dia, passou a haver uma maior preocupação por parte dos pais em estarem sempre perto dos filhos”, recorda.
Alguns turistas na Praia da Luz, também lembram Lagos como o local de onde desapareceu Maddie McCann e dividem-se sobre o que aconteceu, mas recusam fazer comentários sobre o caso, que classificam como “misterioso e mal explicado”.
Opiniões dividem-se entre os estrangeiros
As opiniões dividem-se entre os estrangeiros e, enquanto alguns apontam falhas na investigação e crêem que a criança terá sido raptada, outros acreditam na tese avançada pela polícia de que “os pais da menina sabem mais do que o que dizem”.
Residente há 12 anos na Praia da Luz, a britânica Amy Kimberley, que na altura tinha três filhos menores, assegura à Lusa que pensou “vender a moradia em Lagos e regressar ao seu país de origem, pois temia pela segurança dos seus filhos”.
“Vários casais estrangeiros com filhos menores manifestaram o mesmo desejo”, recorda Amy Kimberley.
Sheryl Robinson, de férias na Praia da Luz com dois filhos menores, diz que, apesar de terem passado vários anos, se recorda “muito bem do desaparecimento de Maddie, não tendo o caso tido influência na escolha do destino para férias”.
“São situações que podem acontecer em qualquer lugar, por isso os pais devem manter uma vigilância permanente aos filhos”, destaca.
O caso não mudou apenas a vida de residentes e turistas de Lagos, mas também a forma como a opinião pública e as autoridades passaram a olhar e a tratar o desaparecimento de crianças.
Em Portugal foi criado, em 2009, um sistema de alerta nacional para os casos de raptos de menores, que prevê que durante três horas sejam difundidas mensagens em televisões, rádios, terminais de Multibanco, jornais e Internet.
O que aconteceu a Maddie McCann continua a ser um enigma, tendo as autoridades judiciais arquivado o caso em 2008, após dezenas de interrogatórios e centenas de perícias policiais, podendo o processo ser reaberto se surgirem novos indícios de prova que possam levar ao paradeiro da criança.
(Agência Lusa)
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