Uma criatura marinha de aparência inofensiva, mas potencialmente perigosa, voltou a dar sinais nas praias portuguesas. Esta espécie perigosa tem sido alvo de destaque em plataformas internacionais como a Pubity, plataforma digital britânica de media social, focada em conteúdos virais e informativos, e nos últimos dias obrigou mesmo ao hastear da bandeira vermelha em praias portuguesas, como relata o Aveiromag, meio de comunicação social online português de âmbito regional.
Um organismo que parece alga, mas não é
Apesar de muitas vezes confundida com uma medusa, a caravela-portuguesa é na realidade um sifonóforo, um organismo colonial formado por diferentes indivíduos especializados que funcionam em conjunto.
A sua parte mais visível é a vesícula gasosa de tons azulados e arroxeados, que pode atingir 15 centímetros e funciona como uma vela, permitindo que o animal seja transportado pelo vento e pelas correntes marítimas.
Segundo o Pubity, esta estrutura pode ser acompanhada por tentáculos que chegam a ultrapassar os 10 metros, carregados de células urticantes capazes de provocar dores intensas nos humanos. O veneno é comparado ao da aranha viúva-negra e pode originar queimaduras graves, por vezes de terceiro grau, deixando cicatrizes permanentes.
Bandeira vermelha por precaução
Em Portugal, o aparecimento destes organismos é monitorizado de perto pelas autoridades marítimas. De acordo com o comandante da Capitania do Porto de Aveiro, Correia Guerreiro, citado pelo Aveiromag, não está em causa “uma invasão de caravelas”, mas sim a chegada pontual de exemplares arrastados pela agitação do mar.
Por precaução, foi determinada a interdição de banhos em várias praias, incluindo a da Barra, até que a situação estabilize. “A agitação marítima tem vindo a diminuir, mas durante os próximos dias ainda se pode esperar alguma energia nas ondas”, referiu o responsável, lembrando que os nadadores-salvadores estão atentos e podem arriar a bandeira vermelha caso o risco desapareça.
Um risco invisível para os banhistas
A Aveiromag sublinha que a caravela-portuguesa não nada, sendo totalmente dependente das correntes marinhas. Por esse motivo, pode aparecer de forma inesperada em zonas balneares. A sua cor translúcida e aparência invulgar chamam a atenção, mas o contacto com os tentáculos deve ser sempre evitado.
As recomendações oficiais são claras: os banhistas devem informar de imediato os nadadores-salvadores se avistarem exemplares e nunca tentar recolhê-los, mesmo que já pareçam mortos. O contacto com tentáculos soltos na areia pode causar reações tão fortes como os que ainda estão no mar.
Uma ameaça natural, mas controlável
As autoridades marítimas, citadas pela Aveiromag, recordam que a presença da caravela-portuguesa é natural e cíclica, surgindo em diferentes pontos do globo, sobretudo em águas tropicais e subtropicais. Em Portugal, o aparecimento tende a coincidir com períodos de maior instabilidade marítima.
Embora represente perigo para os banhistas, este organismo desempenha um papel importante nos ecossistemas marinhos, servindo de alimento a espécies como a tartaruga-de-couro.
Ainda assim, para quem frequenta as praias, o essencial é manter-se informado, respeitar a sinalização e evitar riscos desnecessários.
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