A eleição de um Papa é sempre um momento histórico, carregado de simbolismo e consequências para a Igreja Católica e para o mundo. Nos últimos séculos, a escolha dos pontífices tem variado entre diferentes nacionalidades, refletindo a globalização e a diversidade da Igreja. Poderá Portugal ver um dos seus cardeais ser eleito para liderar a Igreja Católica?
A morte do Papa Francisco e o momento de viragem
A recente morte do Papa Francisco abre um novo capítulo na história da Igreja Católica, ao mesmo tempo que desperta a curiosidade sobre quem será o seu sucessor. O cenário pós-Francisco reacende a esperança de que um português possa, pela primeira vez na era moderna, ocupar o trono de São Pedro.
Portugal e a ausência de Papas nos últimos séculos
De acordo com a Embaixada de Portugal Junto da Santa Sé, e apesar de algumas dúvidas históricas sobre a sua origem exata, a maioria dos historiadores reconhece João XXI como o único Papa português. Fora da Idade Média, nenhum português foi eleito. Embora o país tenha produzido figuras religiosas de renome, como Santo António de Lisboa ou o Cardeal Saraiva Martins, nenhum alcançou o papado.
Quatro portugueses entre os cardeais eleitores
Neste momento, e segundo o Diário de Notícias, quatro cardeais portugueses têm direito a voto num eventual conclave: D. Manuel Clemente, D. António Marto, D. José Tolentino Mendonça e D. Américo Aguiar. A possibilidade teórica de eleição existe para qualquer um deles, o que coloca Portugal numa posição inédita.
Como se escolhe um Papa?
A escolha do Papa não segue apenas critérios religiosos. Conta o perfil do candidato, a sua capacidade de liderança, a experiência na Igreja e, muitas vezes, o equilíbrio geopolítico que o Colégio Cardinalício procura manter. Os nomeados portugueses por Francisco são sinal de reconhecimento da importância de Portugal.
Tolentino Mendonça em destaque no Vaticano
D. José Tolentino Mendonça é visto como um dos mais fortes candidatos portugueses. Com uma carreira marcada pelo diálogo entre fé e cultura, ocupa hoje o cargo de Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. A sua presença no Vaticano pode pesar na hora da escolha.
A juventude de D. Américo Aguiar como trunfo
Entre os nomes nacionais, D. Américo Aguiar destaca-se pela sua juventude e proximidade com os jovens. O envolvimento na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa fortaleceu a sua imagem, podendo captar votos de quem deseja uma Igreja mais próxima das novas gerações.
Experiência pastoral conta, mas pode não chegar
Tanto D. Manuel Clemente como D. António Marto têm carreiras pastorais consolidadas. No entanto, a sua idade e a proximidade da reforma podem ser um entrave à eleição. O Colégio Cardinalício tende a privilegiar candidatos com maior disponibilidade para longos pontificados.
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Fim do domínio italiano no Vaticano?
Durante séculos, os Papas foram maioritariamente italianos. Essa tradição foi quebrada nas últimas décadas, com pontífices polaco, alemão e argentino. Esta mudança abre espaço para nomes de países com menor tradição papal, como Portugal.
A força da lusofonia como argumento
Com milhões de católicos espalhados pelos países de língua portuguesa, a eleição de um Papa lusófono poderia reforçar a presença da Igreja em África, América Latina e Ásia. Esta dimensão global da lusofonia é uma carta forte a jogar.
A importância espiritual de Portugal
Portugal tem um papel relevante na espiritualidade católica. As aparições de Fátima continuam a ser um símbolo de fé para milhões, incluindo muitos cardeais. Essa ligação pode beneficiar um eventual candidato português.
Nem tudo ‘joga’ a favor dos portugueses
Apesar das qualidades reconhecidas, há obstáculos. O pequeno peso geopolítico de Portugal e a necessidade de alianças no Colégio Cardinalício podem dificultar a eleição. A escolha de um Papa raramente é feita com base exclusiva no mérito individual.
A Cúria Romana e os bastidores do Vaticano
A influência de quem ocupa cargos na Cúria Romana é um fator determinante. Candidatos com funções centrais no Vaticano tendem a ter vantagem. Tolentino Mendonça, por estar já em Roma, pode beneficiar desse posicionamento estratégico.
Qual o impacto para Portugal?
Se um português for eleito Papa, isso terá impacto na imagem do país e no papel da Igreja a nível nacional. Contudo, mais importante do que a nacionalidade será a capacidade de guiar a Igreja Católica num mundo em transformação. A presença portuguesa entre os elegíveis já representa, por si só, um feito notável.
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