A nossa responsabilidade como membros de uma sociedade é procurar que a cada dia que passa ela tenha menos injustiças e seja cada vez mais solidária e próspera. Foi isso que me moveu desde o primeiro momento em que comecei a participar na causa publica.
Foi desta forma que iniciei intensamente a minha jornada cívica: com a luta pela injustiça que representava a Prova geral de acesso (PGA). Esta prova, foi promovida no fim dos anos 80 pela mão do governo do Professor Cavaco Silva, visava avaliar os estudantes à saída do seu percurso curricular do ensino secundário. Até aqui tudo bem. O problema é que esta avaliaria conteúdos não trabalhados em aula, conteúdos e matérias que a escola não disponibilizava em contexto escolar e isso, naturalmente, conduziria à discriminação, pela negativa, entre aqueles que tinham quem os poderia ajudar fora do espaço escolar e os que não tinham essas possibilidades. Significaria que se eliminariam brutalmente as hipóteses de muitos e muitos alunos, com pais com poucas qualificações ou sem capacidade económica para arranjar quem os pudesse ajudar, de puderem aceder ao ensino superior e com isso abrirem as portas do seu futuro.
O Estado estava a discriminar e isso não podia ser.
Esta era uma batalha que não me afetava a mim diretamente, pelo menos não no imediato dado que eu frequentava apenas o 7º ano de escolaridade, mas que não me deixou indiferente e por isso lutei pela justiça e igualdade de oportunidades.
Só somos iguais se avaliarmos de modo igual os conteúdos que a escola dá.
Lutámos, fomos para a rua, promovemos debates, fizemos manifestações, mobilizámos o país e conseguimos: a PGA não foi por diante. Acredito (acreditamos) ter contribuído para um mundo um pouco mais justo.
Assim tem sido feito todo o meu percurso cívico e politico, procurando e trabalhando para combater as injustiças que encontro de modo estrutural.
Tanto na Assembleia da República, quando fui eleita pela primeira vez em 1999, como no Parlamento Europeu, onde fui membro durante 5 anos, promovi esta mesma doutrina, uma doutrina cívica que creio é a massa com que todas e todos temos que ser feitos.
Perante uma injustiça não vacilar e ajudar a mudar o estado das coisas. Nunca desistir de ter um mundo melhor e em Paz. Por isso mesmo quer na minha região ou em qualquer parte do território nacional, ou em territórios tão críticos como o mediterrâneo estive sempre lá em busca de construir uma sociedade mais justa, com mais igualdade de oportunidades e mais solidária.
Infelizmente no momento em que vos escrevo estas palavras o mundo está mais triste e injusto com a guerra atualmente em curso. As guerras são soluções medievais para os conflitos e que não deixam nada senão destruição.
Nunca imaginei viver no século XXI uma guerra deste género. Sejam quais sejam as razões de divergências nada a justifica. Nada se resolve com a guerra. É com o diálogo e com diplomacia, no quadro do direito internacional construído no pós II guerra mundial, que os caminhos de convergência se constroem.
Com esta guerra o mundo está mais perigoso. Cabe aos cidadãos que têm dado uma lição de solidariedade e apoio aos mais diretamente fustigado por este conflito dar uma lição de cidadania. Temos que exigir imediatamente o cessar fogo e a paz para que o mundo possa continuar o local de encontro, coexistência e cooperação entre todos os povos.
Da minha parte contem comigo.
Jamila Madeira
(Ex-eurodeputada pelo Algarve)
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