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Economia, Europe Direct Algarve, Opinião

Março, mês da Mulher: Empreendedorismo feminino no Senegal

Todas as segundas-feiras em março, traremos artigos onde se fala de Europa pela voz de uma mulher. Hoje, ouvimos o testemunho da Cláudia Fonseca que participou no Projeto Powers – Path for Women Empowerment, Rights and Sustainability, um projeto Erasmus +, a convite da Cooperativa ECOS.

17:32 7 Março, 2022 10:18 8 Março, 2022 | POSTAL

“A paz constrói-se e em África escutei muito da presidenta da Plateforme des Femmes pour la Paix, a importância de trabalhar a paz entre os jovens, de desenvolver a tolerância entre o diferente, de abrir espaço para acolher todas as vozes.”

2022 convidou-me a entrar na África negra, Senegal. Em pleno pico da pandemia, ousar sair da Europa e percor2022 convidou-me a entrar na África negra, Senegal. Em pleno pico da pandemia, ousar sair da Europa e percorrer um novo caminho rumo ao desconhecido. No âmbito de um projeto no feminino – Powers – Path for Women Empowerment, Rights and Sustainability. Com organização italiana  (AICEM e MODAVI) com os parceiros  AJS de Espanha, Cooperativa Ecos, de Portugal e os anfitriões de Senegal – ECAF e a Plateforme des Femmes pour la paix en Casamance.

Cláudia Fonseca, “I am an explorer, a walker, a dancer” www.colher.eu  | www.facebook.com/colhercoaching/

Uma viagem sempre nos convida a múltiplas viagens. As que iniciam no momento em que tomamos a decisão de ir e as que ocorrem pelo caminho. As desistências que fazem com que seja a única portuguesa do grupo. As ajudas no percurso que me orientam no material que preciso de levar, a vacina que é dada no último momento, para garantir que vou com todos os requisitos obrigatórios, em cumprimento. O companheiro de viagem italiano que encontro no decurso da viagem e que me apazigua os medos. E o grupo de italianos, espanhóis, polaca, holandesa, mexicana e senegaleses que me preparo para conhecer e integrar na experiência magnífica de 10 dias entre várias línguas faladas em simultâneo – inglês, espanhol e francês.

Fotos D.R.

É o conhecer um novo país e cultura, mas também um novo grupo de pessoas, interesses, forma de estar. Na aventura temos de nos despir de ideias, expetativas e abrir ao novo. Só dessa forma podemos receber o que se apresenta. E quando se vai assim despido, vulnerável o coração vai mais aberto para ser. Os percalços do caminho que te fazem pedir ajuda e também a prestar apoio. O estarmos em condições semelhantes em ambiente desconhecido faz-nos estar mais alertas e disponíveis para absorver o que se apresenta. Mas também para partilhar e para colaborar.

Empreendedorismo no Feminino e Direitos Humanos foram os temas da Formação que nos uniram na partilha e na colaboração. E na igualdade de género reuniu-se um grupo misto para aprender e acrescentar-se. A riqueza cultural, das diversas áreas de formação do grupo, dos diferentes tipos de negócio. A criatividade e jovens com vontade de criar, as ideias de negócio, expandir mercado e contribuir para a criação de emprego e ajudar outros a tornarem-se independentes.

É preciso sair de casa para expandir horizontes, para observar outras realidades e também deixar cair estereótipos. Em África, no Senegal, contactei com gente empreendedora, criativa, de uma riqueza fantástica. A força das mulheres da luta, que vão, que criam, que se unem em comunidade e têm o objetivo da autonomia financeira e da construção da paz.

A palavra Paz circula com uma força e energia fantástica na cultura senegalesa. “Eu desejo-te a Paz”, era uma das frases de cumprimento no dialecto woulof “kasomati”. E só fala da paz desta forma quem conhece a guerra e o conflito. Em 1989 terminaram os conflitos em Casamance. E foram as mulheres que tiveram o papel fundamental com a criação de trabalho e de riqueza. A apaziguar o coração dos homens. O respeito que senti na convivência entre as diferentes religiões, tradições e dialectos foi fantástico. O mais importante é o respeito pela diversidade. Há espaço para a convivência entre todos.

Assisti nos mercados locais à colaboração entre os artesãos. À partilha. Ao bem receber dos turistas “gan” (convidados) como eles nos chamam. O cuidado, o quererem saber de nós. O olharem-nos nos olhos, querem saber o nome, de onde vimos, como estamos, se estamos a gostar.

Sempre que viajo perguntam-me do que gostei mais e normalmente a minha resposta é “as pessoas”. Somos tão fechados em caixas, em padrões, em formas de estar que me impressiona e envolve a forma de ser e estar das pessoas. E África é quente. Não só de temperatura. Mas desta gente que recebe de rosto aberto, com dança e música do corpo. Tanto que achamos estranho esta proximidade de quererem saber de ti, de te abraçarem, de se fazerem presentes.

Falamos de pobreza na África e eu questiono o que é pobreza? Há tantos estereótipos que só no confronto com outras realidades é que nos permitimos desfazê-los. A falta de estradas e arruamentos, de centros comerciais e uma forma diferente de consumir fá-los talvez mais ricos que nós.

O espírito de família e comunidade está bem mais assente no coração das pessoas e na forma de relacionar. Tínhamos entre nós uma criança de dois anos e ela era cuidada por todo o grupo. Faz parte da cultura. Uma criança é filha da comunidade. E neste mês de março em que se celebra a mulher. É importante dignificá-la. Ela representa a força geradora de vida, é também a construtora da Paz, a que reúne o clã.

Vivemos tempos únicos em que não precisamos sair de casa para entrar numa viagem. E a de momento é o conflito da Ucrânia / Rússia que chocou o mundo. O choque de em pleno século XXI estarmos numa guerra armada. E por ser Europa toca-nos mais perto. E relembra-nos que este não é único. Que há no mundo muitos mais conflitos abertos que duram décadas e a que a mobilização e solidariedade movida para cada um deles também é distinta. Enquanto houver uma guerra lá fora, por mais distante que seja, relembra-me que o meu coração ainda tem um longo percurso a fazer pela paz.

Relembra-nos o que a ânsia pelo poder, os interesses económicos e políticos separam os homens. E o convite é para olhar para dentro. Apaziguar e reconciliar os conflitos que levamos dentro, de querermos ser mais e melhor que os outros, da competição. Do quanto temos de aprender para nos reunirmos, para colaborar e cooperar. Pode parecer óbvio, mas é preciso aprender. Aprender a “matar” estes egos que levamos dentro, aprender sobre humildade, sobre pedir e dar ajuda.

A paz constrói-se e em África escutei muito da presidenta da Plateforme des Femmes pour la Paix, a importância de trabalhar a paz entre os jovens, de desenvolver a tolerância entre o diferente, de abrir espaço para acolher todas as vozes.

Coincidências, viajar ao Senegal e vir com o tema tão aceso da paz e no mesmo mês assistir ao despoletar deste conflito aqui tão perto. E de repente a mediatização dirige o pensamento das massas, e a pandemia perde a importância e os focos são completamente dirigidos para a Ucrânia. E percebemos que afinal não somos assim tão pobres. Que há sempre espaço para ser solidário, para alimentar mais uma boca.Que o consumismo não é assim tão importante. E qual o preço da ajuda que dou aos outros? É real? O que me fica a faltar? Que miséria é a minha que preciso purgar com a ajuda que dou fora para assim não tratar de me ajudar?

Estas são as viagens, as reflexões que me faço, que convido a fazer. Há sempre vários ângulos, várias perspetivas e o mergulho que cada um dá é sempre a partir do seu sentir, da sua dor e ferida aberta.

E empreender é criar novas estratégias e soluções, novas visões. É abrir espaço para questionar o vigente. E a energia feminina sempre cuida e nutre. É o mês da mulher, mas prefiro falar de energia, cada um de nós leva uma mulher dentro que sente, que abraça, que se emociona e, promotora da paz. Somos todos feitos da mesma matéria. E andamos confundidos com o poder, o dinheiro, o estatuto, o ter, quando o que precisamos é Amor. O essencial, amar e ser amado. E onde há Amor há tudo.

(Cláudia Fonseca)

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