Educar para alterar comportamentos em direção a uma sociedade mais justa e sustentável é um objetivo nobre e cada vez mais urgente. Mas como explicar que em pleno seculo XXI pareçam existir, ou existam, tantos retrocessos civilizacionais a nível global e local?
Como explicar a ineficácia de tantos anos de educação para a sustentabilidade, realizada por tantas entidades em tantos lugares do mundo, de tantas Leis, tantas estratégias? Será que tudo não passa de uma perceção errada da realidade? Que realidade?
O que parece ser real para muitos na sociedade de hoje, ter os acessórios e gadgets do dia ou, entre muitos outros exemplos, estar vestido de acordo com a última moda, parece muitas vezes ser o protótipo da felicidade última, mesmo que fugaz, resultado quantas vezes da infelicidade de muitos que produziram esses bens de consumo, tão desejados, num canto do mundo esquecido da justiça. Que justiça?
Quando nos consideramos pessoas de bem, mas nos fechamos egoisticamente nos nossos prazeres consumistas e nos “distraímos” do que se passa ao nosso redor, facilmente nos distanciamos do que verbalizamos e do que rapidamente aderimos nas redes sociais, ao que praticamos todos os dias. Que coerência?
Quando nos desconectamos da natureza, das pessoas e, em última análise, de nós próprios, ficamos profundamente doentes de indiferença e cegos de realidade virtual. Perdemos a noção do que é real e, por isso mesmo, do que é verdadeiramente relevante para nós e para o futuro dos vindouros.
Importa agir e transformar o mundo! Para ajudar a concretizar essa necessidade de ação é útil saber que não estamos sozinhos e que podemos fazer parte de um esforço global, contribuindo, a nível local, para a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), pois todos habitamos o mesmo maravilhoso Planeta Azul!
No Algarve, há 12 anos que o projeto de ciência cidadã “Voluntariado Ambiental para a Água”(VAA), promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente, através da ARH Algarve, em parceria com inúmeras entidades locais, regionais e nacionais, realiza ações de voluntariado ambiental em ribeiras e zonas costeiras de todo o Algarve, levando as comunidades escolares e outros interessados a conhecerem e a apaixonarem-se pelo seu território, contribuindo assim para a gestão participada dos recursos hídricos e dos ecossistemas associados.
Por outro lado, a Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como base para a construção de um Mundo mais Justo e Sustentável, têm sido o fundamento de todos os eventos que promovemos no âmbito do VAA, quer sejam desenvolvidos no interior dos estabelecimentos Escolares ou, “fora de portas”, em locais emblemáticos da região.
Nos Encontros Regionais de Voluntariado Ambiental (ERVAA) propomos aos participantes uma viagem com várias paragens, constituídas por sessões de curta duração em torno dos ODS que são dinamizadas pelos parceiros do evento e pela equipa da APA ARH Algarve, onde são desafiados a refletir sobre a “Casa Comum” e a “Fazer a sua parte”.
Durante a Semana da Educação e Iniciativas de Voluntariado Ambiental (SEIVA) que decorre anualmente em Outubro, este ano de 8 a 16 de outubro sob o tema “impacto das alterações climáticas na biodiversidade”, o objetivo é divulgar o trabalho desenvolvido pela rede de parceiros no âmbito da educação e voluntariado ambiental, mas principalmente mobilizar a população do Algarve para a reflexão/ação sobre os principais desafios ao desenvolvimento sustentável na região.
Mais informação sobre o projeto em:
https://voluntariadoambientalagua.apambiente.pt
https://www.facebook.com/voluntariadoambientalalgarve/
https://www.facebook.com/seiva.algarve
https://www.facebook.com/concurso.agua.jovem
NOTA: “A ambição da Agenda 2030 em “Transformar o nosso Mundo”, vertida para 17 objetivos, 169 metas e 232 indicadores, apresenta-se como os passos a seguir para garantir um mundo mais justo, mais digno, mais inclusivo e sustentável. Da erradicação da pobreza e da fome à igualdade de género e saúde de qualidade, da água potável e saneamento ao trabalho digno e crescimento económico, da redução das desigualdades à educação de qualidade, das energias renováveis à ação climática, esta Agenda universal reflete o equilíbrio entre 5 Princípios: Pessoas, Planeta, Paz, Parcerias e Prosperidade, que se apresentam como pilares desta estratégia glocal.” (In Guia de Sobrevivência em Coerência das Políticas para o Desenvolvimento, publicação produzida no âmbito do projeto COERENCIA.PT implementado em Portugal pela FEC e pelo IMVF e cofinanciado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua).
* Paula Vaz é natural de Angola. Reside e trabalha em Faro. Licenciada em Engenharia Química pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (1995). Trabalha desde então no Algarve, na administração pública central descentralizada na área do ambiente, coordenou o Sistema de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do Algarve e projetos de educação para a sustentabilidade. Atualmente é técnica superior da Agência Portuguesa do Ambiente IP – Administração da Região Hidrográfica do Algarve (APA – ARH Algarve), no Departamento de Planeamento e Informação onde, entre outros trabalhos, coordena o Projecto Voluntariado Ambiental para a Água, de que o Europe Direct Algarve é parceiro.
O Europe Direct Algarve faz parte da Rede de Centros Europe Direct da Comissão Europeia. No Algarve está hospedado na CCDR Algarve – Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve. CONSULTE! INFORME-SE! PARTICIPE! Somos a A Europa na sua região!
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