Era uma vez um Agrupamento de Escolas, em Olhão chamado João da Rosa. Nesse Agrupamento a universalização do acesso à educação e os movimentos migratórios, para apontar apenas dois dos factores determinantes das múltiplas diversidades, trouxeram para o interior desta Escola como para tantas outras, uma multiplicidade de culturas, de estilos de aprendizagem, de modos de ver e de estar, de enquadramentos sociais, de valores de referência, de ambições e de estruturas familiares, que colocaram à escola e aos professores novas questões, novos problemas, sérios desafios que não eram fáceis de superar.
Nesse sentido o nosso Agrupamento aumentou a diversidade de abordagens e de soluções, quer através da oferta de clubes, dinamização de projetos, medidas de apoio de promoção escolar ou através da reestruturação de matrizes curriculares para procurar encontrar respostas específicas e adequadas a realidades concretas e ao mesmo tempo potencializar as mesmas oportunidades a todos os alunos. E numa bela manhã de outubro através do Clube de Ciência Viva, na pessoa do professor Marco Mattos surgiu mais uma oportunidade, e um novo desafio foi colocado à Coordenadora do Projeto Cultural de Escola, professora Paula Gomes, tratava-se da proposta de adesão ao projeto LIXARTE que pretende ligar a arte ao lixo e à sustentabilidade, sensibilizando para a problemática do lixo marinho. E foi assim, que com a ajuda de vários professores, projetos e turmas que o “LIXARTE” nasceu.
A primeira fase do projeto foi a separação/reaproveitamento de lixo que a Escola tinha do ano anterior graças ao projeto “Coastwatch.” O “Coastwatch” é um projeto de monitorização da linha de costa, que envolve a verificação de vários dados, como a presença de resíduos, a erosão, presença de animais mortos, aves marinhas, entre outros. É um projeto europeu, que assenta essencialmente em voluntariado e tem expressão muito significativa em vários países. Em Portugal realiza-se há trinta e dois anos consecutivos e está a ter cada vez mais impacto e divulgação a nível nacional. O Algarve, com o seu enorme potencial, dada a extensão da linha de costa e o clima favorável, era até há pouco tempo uma das regiões onde a participação no projeto era menos significativa, mas essa tendência tem vindo a inverter-se nos últimos oito anos. Há oito anos que a Escola João da Rosa monitoriza a Ilha da Armona, numa extensão de cinco quilómetros. É uma das principais ações da Escola Azul, no nosso Agrupamento, intendido pelo professor Nuno Magalhães.
No dia 4 de março, a Ilha da Armona foi “invadida” por cerca de 180 alunos do terceiro ciclo, acompanhados por vinte professores. As nove turmas envolvidas monitorizaram 5000 metros de litoral na Ria Formosa e na praia.
Naturalmente que após a monitorização, os alunos recolheram os resíduos, com o apoio logístico da Câmara Municipal de Olhão.
Este tipo de projetos, quando devidamente contextualizados pelos docentes, sensibilizam muito os alunos para questões da mais elevada relevância, como são a sustentabilidade ambiental e o voluntariado.
A segunda fase para conseguir mais lixo foi a saída realizada no dia 10 de fevereiro, onde em articulação com a professora Paula Gomes e a associada e antiga Presidente da MOJU, Catarina Arraes, a turma do 6.º D do Agrupamento João da Rosa, deslocou-se até ao Porto de Olhão, para uma recolha de lixo marítimo. Aliás convém salientar, que desde setembro a MOJU, na pessoa da Presidente Daniela Correia aceitou a parceria com o Projeto Cultural de Escola no âmbito da adesão do Agrupamento ao Plano Nacional das Artes, precisamente para colaborar no projeto “LIXARTE”.
Seguiu-se então a fase de separação de lixo por cores para descobrir o que poderia ser aproveitado para a tapeçaria e assim se iniciar o processo de construção.
As turmas do 6º A, 6º C, 6º D, 7º A e 8º C e ainda os alunos do Clube das Artes estão diretamente envolvidos na execução da tapeçaria. Os docentes Cátia Guerreiro, Luís Gonçalves, Helena Fragoso, Manuela Matias, Miguel Leite, Patrícia Quintino, Paula Gomes e Susana Pedroso são os professores das disciplinas Artísticas que se uniram em esforços conjuntos, e que com diferentes funções, sensibilizaram e motivaram os alunos, de forma a levar a cabo este desafio.
E foi assim, que se abraçou mais um novo Projeto no nosso Agrupamento. Cresceu e ganhou maturidade com a força e perseverança de quem acredita que lixo pode transformar-se em Arte!
(Por Escola Básica 2,3 João da Rosa, Olhão)
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Quando descobrimos que tudo à nossa volta pode ser Arte … até o lixo!
O projeto LIXARTE – Transformar o Lixo em Arte é um projeto-piloto de diversos parceiros da região do Algarve, com a mentoria de Ana Sousa, professora da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa. Diversas escolas, algumas inseridas no Plano Nacional das Artes e na rede Escola Azul, estão a trabalhar para construir uma tapeçaria a partir de lixo (sobretudo marinho), a apresentar publicamente, em cada escola, no dia 8 de junho – Dia dos Oceanos – promovendo assim a mensagem do EU Climate Pact, o cumprimento dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e a missão do Ano Europeu da Juventude.
Participam como parceiros no projeto: o Agrupamento de Escolas Pinheiro e Rosa e o Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira, em Faro, o Agrupamento de Escolas João da Rosa e o Agrupamento de Escolas Dr. Alberto Iria, em Olhão, e ainda a Faro2027 – candidatura de Faro a Capital Europeia da Cultura, a APA-ArH Algarve, a SCIAENA, a MOJU, o Centro Ciência Viva do Algarve e o Europe Direct Algarve.
Mais informações sobre o LIXARTE, podem ser obtidas através do Europe Direct Algarve, das redes sociais, ou de qualquer um dos parceiros apresentados nesta rubrica.
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