Foi em Setembro de 2013 que nasceu a primeira Feira da Dieta Mediterrânica, na cidade de Tavira. Em Dezembro desse mesmo ano, a Dieta Mediterrânica foi inscrita como Património Cultural Imaterial da Humanidade, em Baku, capital do Azerbaijão. Cinco anos depois, e com a Feira da Dieta Mediterrânica inserida no Plano de Salvaguarda aprovado pela UNESCO, a cidade de Tavira volta a ser palco da sua sexta edição.
Entre os dias 6 e 9 de Setembro, o centro histórico da cidade e as margens do Rio Gilão enchem-se de produtos locais e gastronomia, actividades representativas do melhor que a Dieta Mediterrânica tem para oferecer, sem esquecer a sensibilização para a sustentabilidade ambiental e estilos de vida saudáveis.
Jorge Queiroz, responsável técnico pelo processo da candidatura da Dieta Mediterrânica a Património Cultural Imaterial da Humanidade, falou com o POSTAL e explicou quais os objectivos da Feira, as expectativas para o futuro da mesma e, como é que esta se irá desenrolar. “O principal objectivo da Feira é transmitir os valores da dieta mediterrânica às actuais e futuras gerações”, explica Jorge Queiroz. Valores esses que passam por competências, conhecimentos, patrimónios, práticas e convivialidades relacionadas com o estilo de vida e alimentação humana, que vão da terra à mesa, abarcando as culturas e celebrações, as colheitas e a pesca. Mas que também passam pela conservação, transformação e preparação dos alimentos e, em particular, o consumo de produtos frescos da época e produzidos localmente.
Deste modo, produtos como o azeite da oliveira, cereais, frutas, verduras, peixe, vinho e infusões não irão faltar na Feira.
O programa ainda não foi revelado, contudo, a organização mostrou que para além da gastronomia, o público pode encontrar múltiplas actividades. Aconselhamento de saúde e nutrição, artes e espectáculos, exposições, espaço para brincar e animação infanto-juvenil, feira institucional e mercado de produtores e artesãos, e restauração na Praça da Convivialidade, são já certezas durante os quatro dias de Feira.
Para além disso, Jorge Queiroz acrescenta: “o público pode encontrar produtos genuínos, frescos e de qualidade; muita música erudita e popular; poesia; fado; espectáculos internacionais; espaço para crianças e 130 stands institucionais e de produtores”.
Quanto à importância da inscrição pela UNESCO e desta Feira na região algarvia, Jorge Queiroz é claro: “este evento significa imenso na afirmação cultural da região, instituições do Algarve estão representadas e participam no programa, como são os casos da Câmara de Tavira, CCDR Algarve, UAlg, Direcção Regional de Cultura, Região de Turismo do Algarve, Direcção Regional de Agricultura, in Loco, Escola de Hotelaria e Turismo de Faro, Fundação Portuguesa de Cardiologia, Ordem dos Nutricionistas e Associação dos Dietistas, Direcção Regional de Saúde, entre outras”.
Já em relação ao futuro, Jorge Queiroz afirma que “a Feira está em evolução e há perspectivas muito boas para o futuro”.
Recorde-se que a Feira da Dieta Mediterrânica é uma das actividades inseridas no Plano de Salvaguarda aprovado pela UNESCO, o qual envolve sete países (Portugal, Espanha, Itália, Croácia, Chipre, Marrocos e Grécia), onde cada um deles promove diversas actividades e acções relacionadas com a preservação e valorização.
(Maria Simiris / Henrique Dias Freire)