O grande jogador de futebol brasileiro Romário, no dia em que chegou um novo treinador ao seu clube espanhol, percebendo que ele e outro jogador não eram bem-vindos exclamou para o colega preocupado: “eh peixe, estamos fritos”. E acabaram saindo do clube.
De certeza que alguns imigrantes analisando o resultado das eleições portuguesas terão pensado o mesmo. Mas nenhum imigrante que vem por bem, para trabalhar, ajudar a sua família, a sociedade e Portugal, tem de temer a democracia portuguesa. O povo é quem mais ordena e o resultado eleitoral demonstrou uma insatisfação, não com os estrangeiros em geral, mas por como é gerida a questão da imigração. Gestão que tem penalizado os próprios estrangeiros residentes legalmente no país e os próprios imigrantes que ainda estão em fase de legalização dos documentos.
Nesta nova fase política, como em todas as mudanças, pode haver dificuldades, mas também pode abrir enormes possibilidades a muitos que desejam vir morar em Portugal e estavam hesitantes perante situações sociais difíceis, de ilegalidade a aumentar e de burocracia caótica.
O que deve preocupar a população é que esta nova fase seja muito instável. Instabilidade que pode alastrar-se por todo o 2024 e mais além. Isso cria sempre incertezas, sejam económicas, mas também burocráticas.
Deixo aqui algumas perguntas perante tamanha incerteza política: A lei de nacionalidade será mudada? Que acontecerá com os vistos para os cidadãos dos países PALOP? Haverá mudanças para estudantes e trabalhadores estrangeiros? E sobre a questão dos apoios aos estrangeiros mais carenciados? Será restabelecido o regime dos vistos GOLD? E a isenção fiscal para os reformados estrangeiros? E haverá vantagens fiscais param quem vem investir em Portugal?
As respostas que o próximo governo der sobre estas questões também vão ditar o apoio que as comunidades estrangeiras darão (ou não) a estes partidos nas próximas eleições autárquicas.
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