O ministro da Saúde assegurou esta terça-feira, em Olhão, o lançamento em 2024 do concurso para a construção do Centro Oncológico do Algarve, desvalorizando os avisos do PSD em como o projeto poderia parar.
“É só ler o relatório do Orçamento do Estado [para 2024] que foi apresentado na Assembleia da República. Nós assumimos que em 2024 vai ser lançado o concurso para a obra do Centro Oncológico e para a obra do novo hospital Central do Algarve”, disse Manuel Pizarro à margem de uma visita à Unidade de Saúde Familiar Lendas de Olhão, no Centro de Saúde de Olhão.
O presidente do PSD Algarve, Cristóvão Norte, disse esta segunda-feira que a obra do centro oncológico estava em risco de ficar parada, após duas entidades tuteladas pelo Ministério da Saúde terem emitido pareceres desfavoráveis ao projeto.
Obra do Centro Oncológico será lançada pela administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve
O ministro da Saúde explicou que a obra do Centro Oncológico será lançada pela administração do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) e que os pareceres das duas construções “não invalidam que avancem separadamente”.
Manuel Pizarro sublinhou que os pareceres já emitidos chamam a atenção para “um ponto que é também muito relevante”: “É evidente que o centro oncológico tem de estar profundamente articulado com o novo hospital central” do Algarve.
O ministro da Saúde concluiu que o centro oncológico “pode e deve avançar com um programa funcional que lhe permita, no futuro, uma articulação virtuosa com o novo Hospital Central do Algarve, que é assim que as coisas devem ser”.
O PSD Algarve tinha avançado em comunicado que os pareceres desfavoráveis provêm da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, numa primeira instância, e da comissão que coordena os estudos tendentes ao lançamento do novo hospital central.
No final de junho, o CHUA adjudicou os projetos de execução e especialidades para o centro oncológico, que permitirá tratar num único espaço até três mil doentes com cancro por ano.
PSD Algarve exige que Governo cumpra promessa
“O processo relativo ao novo Centro Oncológico de Referência do Sul ameaça transformar-se num absurdo enredo kafkiano, tal são as complicações a que está sujeito”, referiu Cristóvão Norte, lamentando que o projeto tenha sido chumbado por dois pareceres negativos de organismos públicos.
O futuro equipamento vai permitir reunir, num único espaço físico, a possibilidade de diagnósticos, tratamentos e investigação na área da oncologia, representando um investimento total de 14 milhões de euros (40% financiados pelo CHUA e o restante pelo Programa Regional Algarve 2030).
As estimativas apontam para que o novo centro, que vai ser construído no Parque das Cidades Faro-Loulé, possa, anualmente, dar resposta até três mil doentes com cancro. Anualmente, há cerca de 1.500 doentes oncológicos diagnosticados anualmente no Algarve e vários são encaminhados para exames e tratamentos em Lisboa ou Sevilha, respetivamente, a 280 e a 200 quilómetros de Faro.
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