O Governo teve de “repor o bom nome do Estado” junto da Dorna para garantir o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, face aos compromissos financeiros falhados nos contratos anteriores, disse na quinta-feira da passada semana o secretário de Estado do Turismo.
“Foi um acordo intenso, podemos dizer assim, por duas ordens de razão. Primeiro, tínhamos de recuperar o bom nome do Estado, é bom dizê-lo, porque o Estado português não tinha cumprido as suas obrigações nos contratos anteriores e, portanto, foi preciso repor o bom nome do Estado”, afirmou Pedro Machado aos jornalistas, no Autódromo Internacional do Algarve (AIA).
O governante falava à margem da conferência de imprensa em que foi anunciada a continuidade do Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que se disputa no AIA, no calendário do Mundial de velocidade até 2026.
Em conjunto com outros parceiros, como o Turismo do Algarve e a secretaria de Estado do Desporto, acrescentou Pedro Machado, foi necessário “conquistar, ou reconquistar, a confiança, sobretudo da Dorna e da Liberty, que são os ‘donos’ das licenças das provas”, um “esforço acrescido” realizado em “menos de seis meses”. “Estávamos em risco de perder esta prova, exatamente porque não tínhamos cumprido os compromissos financeiros das provas anteriores. Era preciso nós recuperarmos esse bom nome, fazendo um processo de negociação sólido, responsável, credível, fiável, que foi o que aconteceu, pelo reconhecimento da Dorna. E a prova disso é que temos 2025 e 2026”, frisou Pedro Machado.
Para garantir o mundial de velocidade no Algarve, o Estado português vai investir, em cada um dos dois anos, através do Turismo de Portugal, dois milhões de euros, revelou o secretário de Estado.
“Se estamos a falar num retorno de cerca de 80 milhões [de euros], eu acho que é fácil perceber a bondade que este projeto traz ao nosso país”, ressalvou, chamando a atenção para as receitas diretas e indiretas geradas pela prova, que “recebeu na última edição mais de 180.000 visitantes”.
O secretário de Estado do Turismo salientou que o Grande Prémio de Portugal de MotoGP é um exemplo dos “grandes eventos” internacionais que o Governo pretende atrair para o país, fomentando a sua “notoriedade e visibilidade”.
“Há um esforço hoje de qualificação da nossa oferta turística. Queremos que isso acompanhe a nossa experiência turística e isso significa atrairmos cada vez mais cidadãos com poder de compra elevado”, assinalou Pedro Machado. A ambição do Governo é que o contrato celebrado com a Dorna para ter MotoGP “não fique apenas por 2025 e 2026”, além de “voltar a ter” grandes competições de golfe e desportos equestres, finalizou. Também presente na conferência de imprensa, o secretário de Estado do Desporto, Pedro Dias, destacou “a aptidão” de Portugal para a realização de grandes eventos desportivos internacionais, atendendo “não só à qualidade” dos aspetos ligados à organização, mas também “à oferta de serviços associados de que o país dispõe”. “Tudo em conjunto faz de Portugal um dos melhores destinos do mundo, não tenho a menor dúvida quanto a isso, para a realização de grandes eventos desportivos internacionais”, disse.
O Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que se disputa no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), vai continuar no calendário do Mundial de velocidade pelo menos mais dois anos, foi anunciado em Portimão.
A etapa portuguesa do Campeonato do Mundo de MotoGP, Moto2 e Moto3 realiza-se no Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, desde 2020, depois de já ter passado por Jarama (Espanha), em 1987, e pelo Estoril, entre 2000 e 2012.
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