A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) determinou esta quarta-feira que todas as aves de capoeira e em cativeiro no território continental de Portugal devem ser mantidas confinadas nos respetivos alojamentos, devido ao risco de gripe aviária.
Esta medida, que inclui explorações comerciais e criações domésticas, tem como objetivo impedir o contacto com aves selvagens, reduzindo a propagação do vírus H5N1. O Algarve não ficou imune a esta situação. Foram confirmados casos de infeção por gripe aviária em aves selvagens, incluindo uma gaivota-de-patas-amarelas em Quarteira e outra em Olhão.
Estes casos, identificados durante a atual época epidemiológica, destacam a necessidade de rigor no cumprimento das medidas de controlo na região, onde a avifauna é abundante.
Medidas rigorosas após foco em Sintra
Na semana passada, a DGAV informou sobre a deteção de um foco de gripe aviária numa exploração de galinhas poedeiras em Sintra, que resultou no abate de 55.427 aves infetadas e na limpeza rigorosa das instalações. O caso levou Macau e Hong Kong a suspenderem a importação de frango proveniente de Lisboa, reforçando a importância de prevenir novos focos da doença no país.
A DGAV reforçou que os operadores devem comunicar imediatamente qualquer suspeita de doença nos seus animais. “A deteção precoce dos focos é essencial para a implementação das medidas de controlo”, sublinha o comunicado. Além disso, a transmissão do vírus para humanos, embora rara, pode ocorrer através do contacto direto com animais infetados ou ambientes contaminados.
Preocupação com a fauna local
Entre outubro de 2024 e janeiro de 2025, mais de 840 focos de gripe aviária foram registados na Europa, afetando 60 espécies de mamíferos, incluindo cães, gatos e porcos. No Algarve, a presença de aves migratórias e selvagens requer maior atenção, sobretudo em zonas húmidas como o Parque Natural da Ria Formosa.
As autoridades apelam ao cumprimento rigoroso das normas para proteger não apenas a saúde animal, mas também a pública, num esforço conjunto para conter a propagação do vírus.
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