Estivemos com Sónia Costa da Silva, de nacionalidade búlgara, que chegou a Portugal em 2005. O relato positivo de amigos sobre Portugal fez com que decidisse vir morar no Algarve. Como a maioria de todos os que imigram para outros países, teve um início difícil… a barreira linguística, tradições e cultura diferentes. Contudo, apaixonou-se pelo Algarve. Foi cativada pela natureza, pessoas e comida.
Com o tempo, conseguiu adaptar-se e integrar-se. Como muitos imigrantes, os primeiros trabalhos foram mais duros e mal remunerados, enquanto aguardava a legalização dos seus diplomas para mudar um pouco o rumo da sua vida e fazer aquilo que mais gosta e acredita.
Um dos primeiros passos, foi a aprendizagem da língua portuguesa, muito diferente da búlgara. Mas conseguiu. Atualmente, trabalha como massoterapeuta, hipnoterapeuta e psicoterapeuta.
Com um brilho nos olhos afirma que adora o que faz, porque faz aquilo que gosta. Sente-se realizada por ajudar os outros de várias maneiras.
Sónia sublinha que “depois da pandemia, sinto que as pessoas precisam de mais acompanhamento e ajuda por parte dos terapeutas. Também noto uma percentagem muita elevada de pessoas com problemas mentais e emocionais. Por vezes, recorrendo aos psicólogos tradicionais, certos pacientes, levam meses e eventualmente anos para tratar determinados transtornos”.
Sónia Silva continua o seu relato afirmando: “fico feliz por saírem pessoas do meu consultório mais felizes, mais calmas e com um sorriso. Através da Hipnose Clínica, também designada por Hipnoterapia, tenho ajudado pessoas a combater a depressão, ansiedade, ataques de pânico, vícios, insegurança, baixa autoestima, entre outros problemas mentais, emocionais e físicos, muitas vezes com obtenção de resultados mais rápidos (sete a oito sessões) que a Psicologia tradicional, que exige mais sessões de tratamento”.
A sua alegria não impede que faça uma análise fria sobre a situação geral. “Como em tudo na vida, Portugal tem aspetos menos positivo, há grandes falhas na saúde, nomeadamente na saúde mental, onde há muito por fazer. Muito tempo de espera por uma consulta com problemas que requerem urgência. As pessoas têm dificuldades económicas para obterem ajuda ou tratarem-se”.
Para concluir a entrevista, Sónia Silva diz estar muito satisfeita por viver no Algarve, “fiz amizades portuguesas e também estrangeiras. Por fim, direi que o Algarve é como um paraíso onde me sinto bem e segura. Como costumo dizer, tudo o que é bom, leva tempo… o que não é, o tempo leva”.
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