“Aquilo que nós queremos é que haja aqui um bloco central ao nível das soluções para as empresas que sofreram com a pandemia” de covid-19, esclareceu o presidente da associação, Daniel Serra.
O responsável falava aos jornalistas depois de se ter reunido, no Porto, com “dezenas de empresários” da região, “do Algarve e de Lisboa” para falar sobre a “incerteza” que assola o setor.
A reunião serviu também para discutir os resultados de um inquérito promovido por esta entidade nos dias 04 e 05 deste mês e que mostra um cenário preocupante, revelou o empresário.
“Se nada for feito, e estamos a prever que vamos ter, se calhar, cinco, seis meses de indefinição, metade dos restaurantes, metade das empresas, vão fechar. É a conclusão a que chegámos perante os números do inquérito, e isso é grave”, reforçou.
Por isso, sugerem a “redução do IVA” da restauração, ou uma medida “semelhante, que possa capitalizar as empresas”, como a isenção do pagamento do IVA, “em função de alguns critérios”, ou “uma redução da TSU (Taxa Social Única)”, também “em função de alguns critérios”.
É também pedida atenção ao sobre-endividamento, através da “reestruturação das dívidas covid-19, tanto das linhas do turismo, como das outras linhas que foram dadas aos empresários, porque muitos não vão conseguir pagar quando acabarem as moratórias”, alertou.
Daniel Serra lembrou também outro dos problemas que assolam o setor, a falta de mão-de-obra.
“Existe hoje, supostamente, um desemprego baixo, mas existe aqui muita gente que está em formação e não entra nesses números. Gostaríamos que estivessem a trabalhar nos restaurantes, que estão a precisar”, sublinhou.
Segundo o responsável, os empresários da restauração já tiveram “oportunidade de insistir junto do Governo, com algumas missivas”, mas, sem resposta, pedem agora aos partidos políticos portugueses que reúnam com os representantes do setor.
“Se isso não vier a acontecer, vamos pedir a intervenção do Presidente da República, no sentido de nos ajudar, para que coloque estas empresas não na mão do resultado que vier a sair no dia 30, mas na mão de todos os partidos”.
Este é um setor que junta, “a montante e a jusante, mais de um milhão de portugueses” e que é, por isso, “um grande motor da pandemia”, servindo mesmo de “almofada social” em tempos de crise, através da criação de emprego, referiu.
“A nível de impostos, pagamos valores absolutamente incríveis e temos de ser ajudados na mesma dimensão”, considera o dirigente.