A falta de médicos nos cuidados de saúde primários continua a ser um problema grave em várias regiões do país, e o Algarve não é exceção. Para tentar combater esta realidade, câmaras municipais têm apostado em incentivos financeiros e habitacionais para atrair médicos de família. No entanto, em alguns concelhos da região, essas medidas ainda não produziram os resultados esperados.
Situação em Alcoutim resolvida, garante autarca
No caso de Alcoutim, que enfrentava dificuldades na fixação de profissionais de saúde, a autarquia anunciou, nos últimos anos, vários apoios para atrair médicos. Apesar de anteriormente ter apenas um médico em funções, o presidente da Câmara, Paulo Paulino, assegurou este sábado ao POSTAL que a lacuna está ultrapassada: “Em Alcoutim já resolvemos esta situação, já temos mais um médico.”
O autarca realça que os apoios concedidos para a fixação de profissionais contribuíram para a resolução do problema, ainda que mantenha a vigilância sobre eventuais necessidades futuras de reforço, dadas as características demográficas do concelho e o envelhecimento da população.
Monchique aposta em apoio à habitação, mas faltam médicos
No extremo oeste do Algarve, a Câmara de Monchique implementou, em 2023, um regulamento de incentivos à fixação de médicos, oferecendo até 80% do salário mínimo para apoio à habitação, seja arrendamento ou residência própria. Atualmente, dois médicos a tempo inteiro beneficiam deste programa, enquanto, aos fins de semana, o serviço é assegurado por médicos enviados pela Unidade Local de Saúde (ULS).
Apesar destes esforços, ainda há utentes sem médico de família, e o presidente da Câmara, Paulo Alves, considera essencial a chegada de pelo menos mais um médico. No entanto, este pedido enfrenta resistência devido aos rácios de médicos por habitante definidos pela ULS.
Desafios na fixação de médicos no Algarve
O Algarve tem sido uma das regiões mais afetadas pela falta de médicos no SNS, com concelhos como Alcoutim e Monchique a enfrentarem dificuldades acrescidas devido à sua localização e à menor atratividade em comparação com zonas urbanas.
As medidas adotadas por algumas autarquias algarvias seguem exemplos já testados noutras regiões do país, como Reguengos de Monsaraz, onde o número de médicos subiu de dois para sete graças a complementos salariais e oferta de habitação, ou Mação, que oferece um bónus de 2.500 euros por mês para atrair profissionais.
A falta de médicos de família continua a ser uma das principais preocupações das populações e autarquias do Algarve, e a eficácia destes incentivos será determinante para garantir melhores cuidados de saúde na região.
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