Prevê-se que seja a “maior oferta de sempre” de vagas no sector do turismo a ser apresentadas na Bolsa de Empregabilidade, que decorre a 18 e 19 de março no pavilhão multiusos da FIL, integrando a Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). O evento acontece em 2022, após ter ficado dois anos suspenso devido às condicionantes da pandemia de covid-19.
“Vamos claramente passar o habitual nível de ofertas de emprego, que na última edição, em 2019, foi de 10 mil vagas, e tendo em conta que a participação de empresas atingiu o maior número de sempre”, adianta António Marto, presidente de direção da Fórum Turismo, que organiza a Bolsa de Empregabilidade na BTL.
Este ano, há 76 empresas turísticas a participar na Bolsa de Empregabilidade – em 2019 foram cerca de 50. Segundo António Marto, ainda se está a proceder ao levantamento total das vagas de trabalho do lado das empresas, mas já se apurou que só 39 estão a levar à feira mais de 5 mil propostas de trabalho.
Alguns exemplos a destacar são a Discovery Hotel Management (DHM) com 400 vagas de trabalho (para empregados de mesa, de andares, cozinheiros, rececionistas, terapeutas de spa e animadores), o grupo hoteleiro Jupiter com 200 vagas (para empregados de mesa e de bar, cozinheiros, pasteleiros, copeiros, rececionistas, bagageiros ou técnicos de manutenção), além da People Conquest com 500 vagas (para empregados de mesa, de bar, de andar, rececionistas, cozinheiros e chefes de cozinha).
“As vagas de trabalho que temos em oferta incidem em áreas muito diferentes, quer para tarefas operacionais, quer mesmo também na parte de gestão, para Relações Públicas ou chefes de sala”, adianta o responsável da Bolsa de Empregabilidade.
Uma novidade este ano é que a Bolsa de Empregabilidade também tem na mira a comunidade de ucranianos e os refugiados que estão a chegar a Portugal. “Vamos ter em permanência um tradutor ucraniano, para que estas ofertas possam chegar ao conhecimento das famílias desta comunidade, e contribuir para uma melhor inserção destas pessoas na área profissional”, faz notar António Marto.
Os refugiados ucranianos podem ajudar a suplantar a falta de mão-de-obra no turismo? “Pode haver um ‘match’ feliz entre estas pessoas que vêm de fora e querem trabalhar, e os empresários que têm aqui uma força de trabalho de qualidade”, considera o responsável da Bolsa de Empregabilidade (que vai prosseguir a 6 de abril no Porto, no Palácio da Bolsa).
Relativamente ao problema estrutural da falta de mão-de-obra no turismo, e que se agravou durante a pandemia de covid-19 “pois muitos trabalhadores foram trabalhar para outras áreas”, António Marto acredita que “neste momento as empresas têm mais noção do valor que representa um colaborador”, e que estão dispostas a dar condições mais atrativas para captar e reter recursos humanos, “não só a nível de salário, mas com contratos de maior duração, seguros ou outro tipo de situações, para que o colaborador se sinta reconfortado e não mude para outro sítio”. E adverte que “cabe ao turismo criar melhores condições para atrair esta nova força de trabalho”.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL