O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu, esta segunda-feira, a possibilidade de as empresas petrolíferas pagarem um imposto especial pelos ganhos inesperados, caso não aumentem a produção doméstica para baixar os preços da gasolina.
“Como não querem fazê-lo – eles têm oportunidade de o fazer, preços mais baixos para os consumidores nos postos de gasolina – mas, se não o fizerem, terão de pagar um imposto mais alto sobre os lucros excessivos e enfrentar outras restrições”, afirmou Joe Biden, num discurso, na Casa Branca.
O Presidente norte-americano disse também que está a trabalhar com legisladores no Congresso, para avaliar aquelas opções.
Joe Biden enquadrou a sua proposta num contexto de lucros recordes para as principais petrolíferas do país, como resultado da invasão russa da Ucrânia, que causou alterações no mercado internacional de energia.
O chefe de Estado, que já criticou fortemente a decisão das principais empresas de não aumentar a capacidade de refinação de petróleo, defendeu que os lucros daquelas empresas não se devem a qualquer inovação, mas à trágica situação da guerra.
“Sou capitalista, não tenho problema com as empresas terem um lucro justo pelo seu investimento e inovação, mas nem de longe é isso que está a acontecer”, vincou.
Lucros de mais de 100 mil milhões
Biden citou os lucros registados por seis das maiores companhias de petróleo dos EUA, que nos últimos seis meses lucraram cerca de 100 mil milhões de dólares.
“Isto é mais do que ganharam em todo o ano passado e mais de duas vezes e meia o que ganharam no mesmo período de 2021”, acrescentou um alto funcionário do Governo dos EUA, em comunicado.
Segundo aquela fonte, as petrolíferas, em vez de aumentarem a sua capacidade de produção nacional para baixar os preços dos combustíveis nos postos, estão a aproveitar os lucros para recomprar ações e, assim, pagar mais dividendos aos acionistas.
Os impostos extraordinários são uma ideia proposta por alguns economistas, como o Prémio Nobel Joseph Stiglitz, para combater a desigualdade exacerbada por eventos como a pandemia ou a guerra na Ucrânia.