Mais de um quarto (26,1%) do total de cidadãos que estavam desempregados no segundo trimestre encontraram emprego durante o verão (julho a setembro), mas mais de metade continuou desempregado e 20% transitaram para a inatividade, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Do total de pessoas que estavam desempregadas no segundo trimestre de 2022, 53,9% (160,9 mil) permaneceram nesse estado no terceiro trimestre de 2022, 26,1% (78,1 mil) transitaram para o emprego e 20% (59,8 mil) transitaram para a inatividade”, lê-se na nota relativa às estatísticas dos fluxos entre estados do mercado de trabalho do INE.
No período anterior – isto é, na passagem do primeiro para o segundo trimestre -, 21,2% do total de desempregados (65,3 mil) arranjaram emprego, 56,5% (174,4 mil) permaneceu desempregado e 22,3% (68,8 mil) transitou para a inatividade.
No terceiro trimestre o fluxo líquido do emprego (total de entradas menos total de saídas) foi de sinal positivo e estimado em 27,3 mil pessoas. O do desemprego também foi positivo (estimado em 7 mil pessoas). O fluxo líquido de desemprego foi positivo porque o total de pessoas que transitaram para o desemprego (144,8 mil) foi superior ao total das que saíram dessa situação (137,9 mil).
Em relação ao tempo de desemprego, o INE nota que um em cada três desempregados de curta duração (32,6%, ou 47,9 mil) encontraram emprego no terceiro trimestre. A possibilidade de uma pessoa desempregada há menos de 12 meses arranjar trabalho no terceiro trimestre era quase o dobro daquelas que estavam desempregadas há mais tempo.
Adicionalmente, uma em cada sete pessoas pertencentes à “força de trabalho potencial” (isto é, o conjunto dos inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego, e dos inativos que procuram emprego, mas que não estão disponíveis para trabalhar), o que representa cerca de 14% (22,5 mil pessoas) também encontraram emprego no verão.
HOMENS CONTINUAM EM VANTAGEM NO MERCADO DE TRABALHO
Por sexo, no período em análise, houve uma maior percentagem de homens a encontrar emprego do que mulheres. O gabinete estatístico indica que um em cada três homens desempregados encontraram emprego no terceiro trimestre, ao passo que entre as mulheres o número baixa para uma em cada quatro.
Por outro lado, a percentagem de mulheres a transitar para foi desemprego para a inatividade foi maior. Apenas um em cada sete homens ficaram desempregados, face a uma em cada quatro mulheres.
E o INE sublinha: “um homem desempregado no segundo trimestre de 2022 tinha uma possibilidade de passar a empregado no terceiro trimestre de 2022 40% superior à de uma mulher desempregada”.
MAIORIA DOS DESEMPREGADOS VAI TRABALHAR POR CONTA DE OUTREM
O gabinete estatístico refere que cerca de 86,7 mil pessoas que trabalhavam por conta própria (12%) passaram a trabalhar por conta de outrem. Em sentido inverso, 1,6% das pessoas que trabalhavam por conta de outrem (65,2 mil pessoas), passaram a trabalhar por conta própria.
O trabalho por conta de outrem é a tipologia principal, sendo que quase um quarto dos desempregados passaram a trabalhar por conta de outrem (e pouco mais de um quarto começou a trabalhar, como indicado acima).
O INE indica ainda que “do total de trabalhadores por conta de outrem que, no segundo trimestre de 2022, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 19,3% (129,2 mil) passaram a ter um contrato sem termo no terceiro trimestre de 2022”.
Além do mais, cerca de um quarto dos empregados a part-time passaram a ter um emprego a tempo completo.
De notar ainda que o número daqueles que já tinham emprego mas que mudaram de emprego foi inferior aos últimos dois trimestres. Ou seja, 145,7 mil pessoas empregadas mudaram de emprego, o que representa 3,1% do total das pessoas empregadas, menos 0,4 pontos percentuais que nos trimestres anteriores.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL