A resposta à pandemia custou 7.743,7 milhões de euros ao Estado em 2021, devido ao aumento de despesa neste valor e à perda de 306,4 milhões de euros de receita, divulgou esta quinta-feira a Direção-Geral do Orçamento (DGO).
“Até ao final de dezembro, a execução das medidas adotadas no âmbito do combate e da prevenção da covid-19, bem como as que têm por objetivo repor a normalidade, conduziu a uma redução da receita de 306,4 milhões de euros e a um aumento da despesa total em 7.437,3 milhões de euros”, indica a Síntese da Execução Orçamental divulgada pela DGO.
Do lado da receita, a DGO assinala o impacto estimado associado à isenção de pagamento da Taxa Social Única (TSU), avaliado em 221 milhões de euros, e a suspensão dos pagamentos por conta do Imposto Sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), de 50,4 milhões de euros.
Relativamente à despesa, os apoios às empresas e ao emprego atingiram 4.027,6 milhões de euros, destacando-se o programa Apoiar (1.085,8 milhões de euros), os apoios ao sector dos transportes (1.139,5 milhões de euros), o apoio extraordinário à retoma progressiva da atividade (547,8 milhões de euros) e o incentivo à normalização (409,7 milhões de euros).
A DGO refere ainda as medidas por parte do sector da saúde, que atingiram 1.474,9 milhões de euros, “nomeadamente com recursos humanos, equipamentos de proteção individual, medicamentos, vacinas e testes”, assim como as medidas de apoio ao rendimento das famílias (998,4 milhões de euros), com destaque para os apoios extraordinários ao rendimento dos trabalhadores (488,4 milhões de euros).
“Na ausência das despesas associadas às medidas no âmbito da covid-19, a despesa efetiva das Administrações Públicas teria crescido 3% face ao ano anterior (em vez de 5,2%)”, refere a Síntese.
Até novembro, a pandemia tinha custado 6.751 milhões de euros ao Estado, devido a mais 6.232,4 milhões de euros de despesa e a menos 518,6 milhões de euros de receita.
Entre janeiro e dezembro de 2020, a resposta à pandemia custou 4.591,1 milhões de euros, devido à perda de 1.426,1 milhões de euros de receita e ao aumento de 3.165 milhões de euros na despesa.
Os dados divulgados esta quinta-feira indicam que o Estado fechou o ano de 2021 com um défice em contabilidade pública de 8.794 milhões de euros, uma melhoria de 2.862 milhões de euros face a 2020.