O preço do ouro registou esta quinta-feira um novo máximo histórico, com a cotação da onça a atingir 3.075,59 dólares durante a manhã. Às 09h40 em Lisboa, o metal precioso cotava-se a 3.036,60 dólares, depois de ter subido 0,72% face ao fecho anterior, de acordo com dados avançados por agências financeiras internacionais.
O movimento ascendente da cotação é justificado por vários fatores macroeconómicos e geopolíticos, entre os quais se destacam o aumento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e os seus parceiros económicos, a instabilidade nos mercados financeiros e a política monetária internacional.
Metal precioso ultrapassa os 3.075 dólares por onça pela primeira vez. Analistas relacionam subida com política tarifária dos EUA, expectativas monetárias e compras por parte de bancos centrais.
Nova tarifa anunciada pelos EUA reacende receios no comércio global
O anúncio, na quarta-feira, por parte do Presidente norte-americano Donald Trump de uma nova tarifa de 25% sobre todos os carros e componentes automóveis exportados para os EUA a partir de 2 de abril, foi um dos catalisadores do movimento nos mercados de matérias-primas.
O anúncio provocou reações imediatas por parte dos investidores, que voltaram a recorrer ao ouro como instrumento de proteção em contextos de incerteza.
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Desempenho acumulado em 2025 ultrapassa 17%
Desde o início do ano, o preço do ouro valorizou mais de 17%, tendo começado 2025 nos 2.624 dólares por onça.
A valorização acumulada reflete o reposicionamento de investidores institucionais e bancos centrais perante as expectativas de uma possível desaceleração económica global e eventuais cortes nas taxas de juro.
Analistas sublinham papel tradicional do ouro como ativo de refúgio
De acordo com o gestor de investimentos da Jupiter Asset Management, Ned Naylor-Leyland, “os recentes movimentos de subida dos preços do ouro estão relacionados com o seu papel tradicional de ativo de refúgio”.
Em relatório citado por meios financeiros, o especialista refere ainda que “o preço do ouro está a subir devido às preocupações com o crescimento económico e as políticas comerciais de Trump, às expectativas de descida das taxas de juro e à procura do metal precioso por parte dos bancos centrais”.
Compras por bancos centrais deverão continuar a crescer
O mesmo analista destacou ainda o papel crescente dos bancos centrais na procura por ouro, com especial destaque para o banco central da China.
“As compras do metal precioso aumentaram nos últimos anos e deverão manter essa tendência”, sublinhou Naylor-Leyland.
O reforço das reservas de ouro por parte de bancos centrais tem sido interpretado como uma tentativa de diversificação das reservas cambiais, num contexto de elevada incerteza quanto à estabilidade de algumas moedas de referência e ao sistema financeiro internacional.
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