As reservas de ouro do Banco de Portugal estão a beneficiar de uma forte valorização, atingindo máximos históricos com um aumento de 7,6 mil milhões de euros em 2024. Esta valorização reflete a crescente procura e a subida do valor do ouro nos mercados internacionais. Atualmente, as 383 toneladas de ouro do Banco, armazenadas em parte no complexo do Carregado e em cofres no Banco de Inglaterra, estão avaliadas em mais de 31 mil milhões de euros, reporta o Expresso.
Desde o início de 2024, o preço do ouro subiu mais de 30%, antecipando projeções de analistas da Goldman Sachs, que estimavam que a onça atingisse os 2700 dólares apenas em 2025. Esta aceleração elevou o valor de uma barra de ouro padrão, com cerca de 400 onças, para perto de 1 milhão de euros.
A conjuntura internacional tem sido um dos principais motores deste crescimento, com o ouro a consolidar-se como um ativo de refúgio num cenário de instabilidade geopolítica. A guerra na Ucrânia, aliada às tensões persistentes no Médio Oriente, faz com que os investidores busquem segurança neste metal precioso. Outro fator é o aumento da procura por parte dos bancos centrais, que vêm comprando, em média, 310 toneladas de ouro por trimestre desde 2022, sinalizando uma preferência global pelo ouro como reserva estratégica.
Ainda que o ouro esteja a alcançar patamares inéditos, analistas acreditam que a tendência de valorização pode continuar, levando as reservas de ouro do Banco de Portugal a beneficiar ainda mais. Os fatores geopolíticos mantêm-se como um ponto de incerteza, e o mercado antecipa uma possível continuidade do crescimento da procura chinesa e da busca por estabilidade em face das próximas eleições nos EUA. Estas dinâmicas deixam, segundo os especialistas, uma margem para que o ouro continue a sua valorização até ao final do ano, reforçando o seu papel como um ativo de proteção perante as flutuações e incertezas globais.
Leia também: Conheça a moeda de 1 centavo português que pode ter em casa e que vale 85.000€