A DECO prevê um aumento das taxas dos créditos à habitação para o próximo ano e a prestação da casa poderá subir centenas de euros em alguns casos. Para além disso, há cada vez mais pedidos de ajuda à DECO e o perfil de quem procura auxílio mudou.
Os últimos anos estão marcados por uma conjuntura anormal. A pandemia e a guerra na Europa têm mexido com os mercados mundiais, com as famílias e empresas a depararem-se com dificuldades.
Os sinais do Banco Central Europeu (BCE) não são positivos e o próximo ano será muito difícil para as famílias que têm um crédito à habitação com taxa variável.
A Euribor a 12 meses é a que mais tem subido. Num ano, passou de negativa para mais de 2% e o mesmo aconteceu com a Euribor a 6 meses, ainda que o aumento tenha sido um pouco menor.
As contas ao impacto
As revisões a cada seis meses são as mais usadas pelos bancos em Portugal e foi nessa taxa que nos baseámos para exemplos no simulador da DECO.
- Crédito de 150 mil euros a 30 anos, com spread (diferença entre o preço de compra e venda de uma transação) de 1%
Em maio pagava 468 euros, mas se a prestação for revista este mês, conte com mais 177 euros (645 euros) na prestação .
As taxas podem chegar aos 4% no decorrer do próximo ano e nesse cenário, esta prestação poderia subir 330 euros (805 euros).
- Crédito de 220 mil euros a 30 anos, com spread de 1%
As subidas são maiores, quanto maior for o total em dívida.
Em maio pagava 687 euros. Contudo, conte com um aumento de 259 euros (949 euros) este mês.
Se chegar aos 4%, a prestação dispara quase 500 euros (1.181 euros).
O grande problema está em quem tem taxas de esforço elevadas. A DECO aconselha a que se recorre aos simuladores para ver até onde consegue pagar e pedir ajuda ao banco e aconselhamento a outra instituição, antes mesmo de entrar em incumprimento.
- Veja AQUI o VÍDEO: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL