O setor do turismo, que tem atualmente entre 40 a 50 mil vagas de emprego disponíveis, está “disponível e empenhado” em acolher, dar formação e empregar refugiados ucranianos, indicou esta terça-feira a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.
Em declarações à agência Lusa, à margem do 10.º congresso da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE), que decorre no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, Rita Marques disse esperar que parte das ofertas de emprego disponíveis sejam preenchidas por cidadãos estrangeiros, nomeadamente pelos refugidos da guerra da Ucrânia.
“Temos vindo a sinalizar a nossa disponibilidade para preencher cerca de 40 a 50 mil vagas de emprego que, nesta altura, existem no setor do turismo. Essa vagas estão devidamente identificadas, também junto do Instituto de Emprego e Formação Profissional. E quero crer que grande parte dessas vagas possam ser também preenchidas por cidadãos estrangeiros, destacando-se aqui, naturalmente, os refugiados de guerra”, afirmou a governante.
Segundo a secretária de Estado do Turismo, o setor “tem a generosidade e a capacidade de acolher”, na adversidade, não só os turistas, mas também os trabalhadores do setor.
“E, portanto, estamos naturalmente muito empenhados em poder preencher parte destas vagas com refugiados, sejam ucranianos ou de outras nacionalidades, sendo certo que também estamos a trabalhar com as nossas escolas para criar módulos de formação específicos para que esses trabalhadores possam ser melhor integrados no setor”, sublinhou Rita Marques.
As empresas de congressos, animação turística e eventos assumem também estar a “organizar-se” para formar e empregar refugiados ucranianos.
“O setor está a organizar-se, está o mais aberto possível para ter o contributo e enquadrar, integrar, de uma maneira construtiva, não de caridade, todos os cidadãos ucranianos que queiram trabalhar no setor. Principalmente o setor dos eventos e da animação turística está a organizar-se e a planear formação. É só uma questão de chegarem”, afirmou à Lusa, o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE).
Para António Marques Vidal, a chegada de refugiados ucranianos é bem vinda, “não só pela dimensão humana, mas também porque é uma necessidade identificada” no setor do Turismo, em geral, e nesta área em particular.
“Estamos prontos, assim que chegarem, cá estaremos para trabalhar com eles”, assumiu o presidente da APECATE.
O início do 10.º congresso da APECATE ficou marcado por um apelo à paz e por minuto de silêncio em memória das vítimas do conflito, desencadeado pela invasão da Rússia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.