A CP – Comboios de Portugal suprimiu 277 das 433 ligações programadas entre as 00:00 e as 10:00 desta terça-feira, devido à greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP), disse à Lusa fonte oficial da empresa.
De acordo com o balanço feito pela CP à Lusa, estavam programados 433 comboios e foram efetuados 156, dos quais seis de longo curso, 43 regionais, 68 urbanos de Lisboa e 39 urbanos do Porto.
Já a IP informou que, relativamente à circulação ferroviária até às 10:00, foi assegurada a realização de mais de 36% dos comboios de passageiros previstos.
“Foi possível assegurar 35% das circulações programadas pela Fertagus, 34% na Linha de Cascais e 31% na Linha de Sintra”, enquanto “no Porto, a taxa de circulação de suburbanos até às 10:00 foi de 46%”, adiantou a IP, em comunicado.
Já em relação ao tráfego regional, “estão a ser asseguradas mais de 30% das ligações na Linha do Algarve, 33% na Linha do Vouga e a 40% na Linha do Oeste”, enquanto no tráfego intercidades “foram asseguradas mais de 35% das ligações previstas e cerca de 52% das ligações previstas no tráfego Inter-regional”, disse a IP.
Por fim, no caso do transporte de mercadorias, até às 10h:00 foram realizadas mais de 51% das ligações previstas.
A CP tinha alertado na segunda-feira para “fortes perturbações na circulação de comboios em todos os serviços” e em todo o país hoje e na quinta-feira devido à greve dos trabalhadores da IP.
Em declarações à agência Lusa hoje de manhã, o presidente da Aprofer, Adriano Filipe, disse que “a paralisação está a decorrer como previsto, estando a ser cumpridos os serviços mínimos”.
A greve abrange os perto de 300 trabalhadores do Comando e Controlo Ferroviário da IP, que regulam a pontualidade e a segurança de 100% das circulações ferroviárias e que estão concentrados nas estações de Braço de Prata, Contumil e Setúbal, ou seja, nos centros de comando operacionais (CCO) de Lisboa, do Porto e de Setúbal.
Conforme explicou anteriormente Adriano Filipe, em greve estão os supervisores de comando ferroviário e de permanência geral de infraestruturas ferroviárias.
À Lusa, o presidente da Aprofer adiantou que na base da greve está a reivindicação de um sistema de formação profissional próprio para os centros de comando operacionais, de um sistema de avaliação e desempenho específico para estas funções e de uma atualização nas remunerações.
“E, se as coisas não se resolverem, vamos continuar com greves até que se resolvam”, avisou o presidente da Aprofer.
A IP já tinha alertado para os efeitos da paralisação.
Também a Fertagus alertou na sua página eletrónica que, “face à greve anunciada na IP – Infraestruturas de Portugal entre as 00:00 e as 24:00, nos dias 12 e 14 de julho de 2022, encontram-se previstas fortes perturbações na circulação de comboios”.