Os carteiros de Faro concluíram esta segunda-feira uma greve parcial de cinco dias com uma adesão de cerca de 70%, disse à Lusa fonte sindical, acusando a empresa CTT de “não responder” às reivindicações dos trabalhadores.
Segundo Jorge Costa, da direção nacional do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), as paralisações diárias entre as 08:30 e as 10:30 tiveram adesões “de 75% nos primeiros dias e um pouco menos no último, que rondou os 70%”.
Em declarações à Lusa, o dirigente sindical indicou que “os trabalhadores vão decidir nos próximos dias que passos a dar” para continuar a exigir a contratação de mais pessoal, perante a falta de resposta da empresa.
“Foi uma greve de cinco dias, de duas horas por dia, com concentração em vários pontos da cidade e que concluiu hoje com uma concentração no Centro de Distribuição Postal de Mar e Guerra, mas continuamos com as mesmas reivindicações e sem que a empresa dê qualquer resposta”, afirmou Jorge Costa.
Depois de na terça-feira fonte dos CTT ter situado a adesão dos trabalhadores no primeiro dia da greve nos 30%, a Lusa tentou hoje obter da empresa um balanço dos cinco dias de greve, mas até ao momento não obteve reposta.
“Não é fácil mobilizar e lidar com uma luta quando não se tem resposta da outra parte”, reconheceu o sindicalista, reiterando que os trabalhadores vão decidir o que fazer para ver cumprida a reivindicação da contratação de mais seis profissionais para a distribuição postal em Faro, assegurada por 31 pessoas.
Os trabalhadores do Centro de Distribuição Postal da capital algarvia reivindicam da empresa CTT “melhores condições de trabalho, nomeadamente, a contratação de mais profissionais e a alteração dos giros, de forma a assegurarem uma distribuição do serviço postal com qualidade” na capital algarvia.
“Tudo o que se alcançou até hoje em ganhos para trabalhadores fez-se com os que lutaram”, sublinhou Jorge Costa, acrescentando que “se se partisse do princípio que não valia a pena fazer nada”, hoje poderia nem haver “as poucas coisas” que os carteiros ainda têm “e que não foram retiradas ao longo dos anos”.
Numa nota enviada à Lusa no primeiro dia de greve, fonte dos CTT referiu que a empresa respeita “o direito à greve dos trabalhadores”, assumindo que “alguns constrangimentos” na distribuição decorrentes da paralisação.
“Nesses casos, tudo fazemos, como sempre, para minimizar o impacto nos clientes, nomeadamente, procurando assegurar a entrega do correio prioritário e a qualidade do tráfego de encomendas expresso”, refere-se na nota.
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