O Algarve previa avançar no próximo verão com a primeira grande operação para trazer turistas da Ucrânia, ação que acabou por ficar descartada devido à situação de guerra vivida neste país, onde o espaço aéreo está fechado e os voos civis foram cancelados.
“Estávamos a começar a explorar as primeiras ligações para o verão, tínhamos a proposta de um operador turístico da Ucrânia, que estavamos a analisar”, adianta João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA).
A proposta que estava à mesa no Turismo do Algarve incluia voos entre Faro e Kiev, nos meses de julho, agosto e setembro, do operador ucraniano Sky Up.
A proposta da operação turística de Kiev para Faro nos três meses de pico de verão não foi totalmente posta de lado, “e seria muito bom que ainda se pudesse vir a concretizar, era sinal que a Ucrânia estava em paz”, faz notar o responsável da região de turismo.
Era a primeira vez que a região preparava uma operação turística de escala tendo como alvo o mercado da Ucrânia. “Mas temos uma comunidade de ucranianos residentes cá, e que também procuram o Algarve para turismo”, faz notar João Fernandes.
Sobre os efeitos nos hotéis da região face à guerra que se vive na Ucrânia, com consequências ainda imprevisíveis para toda a Europa, o presidente da Região de Turismo do Algarve diz não se sentirem ainda cancelamentos significativos de reservas, mas prolongando-se a situação de conflito “haverá seguramente, não sabemos é qual o impacto que pode ter”.
Recorde-se que o Algarve tinha fortes perspetivas de recuperação para a época alta em 2019, em que os países de forma generalizada, e sobretudo na Europa, estão a levantar restrições às viagens associadas à pandemia de covid-19.
Já na Madeira, previam-se até outubro voos diretos ligando o Funchal e Kiev e Moscovo, numa operação destinada a trazer à região 14 mil turistas, que acabou por ficar em xeque.
Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira, garantiu estar a fazer todos os esforços, junto de embaixadas e consulados, para dar solução aos cerca de 200 turistas ucranianos e russos que estão na região e deveriam regressar no próximo sábado, e que até se encontram com as contas bancárias retidas.
- Texto: Expresso, jornal parceiro do POSTAL