Nos próximos dois anos, os portugueses vão poder reformar-se três meses mais cedo. A idade legal da reforma recua devido à esperança média de vida que também recuou por causa da pandemia. Mas quem reformar-se mais cedo terá um corte de 13,8%, o valor mais baixo nos últimos seis anos.
A pandemia de covid-19 alterou os dados referentes à mortalidade em Portugal. Ao todo terão morrido mais de 25 mil pessoas só por causa do vírus no triénio 2020/2022 e mais uma série de óbitos associados a adiamento de consultas e exames, por exemplo.
Esta mortalidade inesperada acaba por fazer recuar a esperança média de vida no país, o indicador que está na base de cálculo tanto da idade legal da reforma como no tamanho das penalizações para quem quiser sair mais cedo do mercado de trabalho.
E na prática?
Feitas as contas, este ano quem quiser reformar-se só o pode fazer com 66 anos e sete meses de idade. Mas, nos próximos dois anos pode reformar-se três meses antes, ou seja, aos 66 anos e quatro meses de idade.
Quem pretender fazê-lo mais cedo irá sofrer um corte de 13,8%, o valor referente ao fator de sustentabilidade. Este é um valor significativo, mas que representa ainda assim a redução mais baixa em seis anos.
O recuo da esperança média de vida não foi tão acentuado como chegou a admitir-se, os 66 anos e quatro meses são apenas um indicador geral.
A reforma em Portugal
A reforma depende muito da história profissional e contributiva de cada trabalhador.
Há profissões específicas, consideradas de maior penosidade, em que a idade legal é mais baixa. Mas também há quem tenha começado a trabalhar muito cedo podendo reformar-se antes deste patamar de referência sem penalizações.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL