Com o crescimento das compras online, plataformas como Amazon, Temu e Aliexpress tornaram-se alvos para cibercriminosos que exploram o volume de encomendas para enganar utilizadores desprevenidos. Um dos esquemas mais recentes é o “golpe das encomendas indesejadas” ou “brushing”, uma prática aparentemente inofensiva mas que revela um possível comprometimento dos dados pessoais das vítimas.
Como funciona o esquema?
O “brushing” envolve o envio de pequenos artigos – como sementes ou bijutarias de baixo valor – para o endereço de pessoas que nunca solicitaram estes itens. Segundo Jordi Nebot, CEO e cofundador da fintech espanhola PaynoPain, “este é um sinal de que os dados pessoais dos utilizadores podem ter sido comprometidos”. Em muitos casos, além do nome e morada, os burlões podem ter acesso a informações financeiras.
Este esquema permite que vendedores falsos utilizem a identidade das vítimas para escrever avaliações positivas nas plataformas. Essas avaliações aumentam a credibilidade e a visibilidade dos vendedores fraudulentos, levando a um incremento nas vendas. E, enquanto algumas plataformas já reforçaram os sistemas de segurança e verificação de identidade, a fraude pode muitas vezes passar despercebida, dada a natureza discreta dos produtos enviados.
Como proteger-se?
Se começar a receber encomendas não solicitadas, há algumas ações recomendadas sugeridas pelo Executive Digest:
- Contactar a Plataforma: Notifique a Amazon, Temu, ou Aliexpress, que têm equipas dedicadas a lidar com fraudes.
- Verificar a Conta Bancária e os Extratos: Um controlo mais regular poderá prevenir danos financeiros.
- Considerar um Alerta de Segurança: Se desconfiar que os seus dados estão comprometidos, um alerta junto da Autoridade Tributária e das entidades bancárias pode limitar a disseminação de dados.
Medidas futuras
Com o crescimento do e-commerce, o “brushing” pode continuar a evoluir. Nebot defende que “as plataformas devem adotar algoritmos e sistemas de controlo mais sofisticados” para detetar este tipo de fraude e proteger melhor os utilizadores.
Estar alerta e reconhecer estas práticas pode ajudar a proteger-se e, ao mesmo tempo, pressionar as plataformas de compras online a aprimorar os sistemas de segurança que mantêm o comércio online seguro para todos.
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